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Mostrando postagens de junho, 2004
QUAL O MOMENTO CERTO DE ERRAR? Eles estavam cansados, andando na praia, andando exatamente no melhor lugar do mundo em que se pode estar às cinco e meia da manhã de um dia de verão: no lugar em que as ondas morrem na areia, no lugar em que as ondas terminam a sua deliciosa viagem, no lugar em que as ondas alcançam, finalmente, o seu grande objetivo. Beira-mar... - Você não vai acreditar – ela desafiou, sem graça. - Se você me contar, quem sabe eu consiga – ele retrucou, jogando fora a ponta final que segurava do seu baseado babado. - Na areia não, sua besta – ela gritou, tipo mãe – Joga essa porra no lixo. Ele fez uma cara de irritado e apenas resmungou qualquer coisa, enquanto corria em direção a uma cesta de lixo, perto de um bar. Voltou correndo e disse, quase sem ar – Pronto. Pronto, minha querida Sofia, seu desejo de uma praia limpa já foi atendido, pode continuar o que estava tentando me dizer – ele sorriu. Ela respirou fundo e pareceu estar escolhendo as palavra
dor de cabeça e excesso de coisas para fazer e ausência de barra de cereais e madrugada no trabalho... enfim, tudo isso rendeu um post longo e delicioso: o de baixo. Adorei fazê-lo. Enjoy... espero que curtam...
LET´S TALK ABOUT SEX, PAIN AND LOVE... LET´S TALK ABOUT SEX Ela adorava provocá-lo. Simplesmente adorava. Adorava deixá-lo com cara de bobo, com cara de paspalho, com cara de idiota, com cara de desejo, com cara de espanto, com cara de tesão, enlouquecido. Ela adorava isso. Ele também. Ela fazia caras e bocas e mostrava discretamente a ele a sua língua e exibia a sua têmpora ligeiramente molhada de suor e de vontade e de amor e fazia questão que ele percebesse o leve tremor nas suas mãos. Um tremor pós-beijo, um tremor pré-gozo, um tremor leve e gostoso, como deve ser todo bom amor. E ela adorava fazer cara de menininha perdida, de garota inconseqüente, de mulher perdida, de devassa apaixonada. E ele também, simplesmente adorava tudo isso. Como num jogo de gato e rato, como num jogo de esconde-esconde, pega-pega, toque de mãos, beijos molhados. Como num jogo de amor. Simplesmente isso. Amor entre dois jovens enlouquecidos e apaixonados. E o saguão do Hotel Varsóvia
PERFUME DE CORPOS Perfume de corpos. Esse era o aroma do quarto, daquele quarto apertado e colorido do pequeno apartamento dela. Mas, na verdade, a dimensão daquele minúsculo quarto era o que menos importava naquele instante para os dois sobre a cama. Naquele momento, as bocas eram intensas, as mordidas eram suaves, os lábios eram vários e a saliva era doce. Naquele momento, o que havia era apenas paixão iluminada à luz de velas e lua. Lua cheia e muita paixão e muita vontade de eles serem apenas felizes. Sem lugar para qualquer outro sentimento. Sem lugar para nada. O perfume de corpos naquele colorido quarto do apartamento pequeno dela era intenso, vivo, lindo, adorável, doce e apaixonante. Ela o queria. Desesperadamente. Ele a queria. Desesperadamente. Mãos tocavam peles, tocavam coxas, tocavam nucas, tocavam pelos, tocavam bocas, tocavam pés, tocavam mãos, tocavam lábios, tocavam peitos, tocavam dedos. Mãos suadas. Mãos molhadas. Corpos também. E no meio do suor e do
MAÇÃ...APENAS UMA MAÇÃ... ela estava sentada em frente ao seu computador seu pequeno diário seu pequeno confessionário ela sentia um misto de tristeza e alegria um misto de confusão e nostalgia ela sabia o que queria e o que não queria ela estava contendo as lágrimas como forma de conter o passado mas sua avó sempre dizia: "sem passado, no way dearest child, não temos qualquer futuro. Então use isso em seu favor". e ela deu um leve sorriso quando lembrou disso um leve e lindo e suave sorriso cheio de alegria e então ela decidiu que não iria chorar olhou para seu pequeno notebook seu pequeno confessionário e decidiu começar a escrever o seu futuro e ela estava linda não mais triste comendo uma maçã doce como ela doce e forte como ela... ...
QUEM NÃO PRECISA SER COMUM? Ela trabalhava no Clube Varsóvia há vários meses. Garçonete (ela detestava este termo, mas mesmo em tempos modernos, chatos e politicamente corretos como os de hoje, ainda é assim que são chamadas as mulheres que trabalham como “garçons” ou no exercício de profissão similar). De qualquer forma, fosse qual fosse a sua “profissão”, o fato é que ela trabalhava no Clube Varsóvia há vários meses e isso era bastante tempo. Tempo suficiente para perceber como as pessoas são loucas, psicóticas, insanas, anormais, apaixonadas, verborrágicas, caladas, sentimentais, frias, cruéis, verdadeiras, amigas, tolas, fúteis, interessadas, egoístas, generosas, enfim, toda a sorte e espécie de adjetivo que você possa imaginar na nossa língua portuguesa. E ela adorou ter percebido isso. A solidão e a porra da insegurança, que sempre a incomodaram, deram lugar a uma espécie de esperança. Isso, esperança... quem diria. Pode parecer tolo e idiota e vulgar e clich
PARA GARRAFAS QUEBRADAS, NADA COMO LUVAS DE VELUDO - Então, tá! – ele disse, com a voz delirante, quase todo chapado pelas doses cavalares de vodka, por ele ingeridas naquele boteco cravado no centro da cidade – Então, tá! – ele continuou - Vamos imaginar tudo isso como um grande engano, um grande, um enorme, um monstruoso erro de cálculo. Um mal entendido. Que acha? Vamos encarar as coisas dessa forma? Tudo fica mais fácil. - Para quem? – ela perguntou, incrédula – Fica tudo mais fácil para quem? – perguntou com os olhos frios, enquanto acendia o seu inseparável Marlboro Light. Ele a olhou com espanto, não podia acreditar em tudo aquilo. Não podia mesmo – Talvez para nós dois. Talvez para nossa amizade. Talvez para o mundo – ele exagerou. Ela deu uma tragada forte e profunda no seu cigarro, e disparou com a sua voz rouca e penetrante – Não posso acreditar que você vai negar isso a nós. Não posso mesmo. Porra cara, jamais pensei que você fosse este tipo de babaca, de covarde, de
estou em falta várias pessoas... e-mails, textos, enfim, porradas de coisas. segunda volto à atividade normal...podem apostar...
VOCÊ AINDA ACHA POUCO? O cheiro no quarto era de tempestade e suor. Cheiro de chuva e suor. Cheiro de cinza e garoa e suor. Já sentiram isso? Já sentiram? Já sentiram essa porra de mistura de odores? Ela já... ... Constantemente... E enquanto tais aromas inundavam o seu quarto, ela permanecia quieta, calada, impassível, insana, impossível. Sentada no canto do quarto como uma criança. Uma miserável criança abandonada. Ela detestava sentir assim. Ela simplesmente detestava estar vulnerável, fraca, cansada, amarga, enfadonha, estressada, desinteressada, enfim, triste, vulgar e comum. E tudo por causa de um coração partido. Vocês acham pouco? E a paisagem que se podia ver através da janela para fora daquele maldito quarto, era a de um fim de tarde cinza, chuvoso e molhado, triste e nada incomum. E a paisagem que se podia ver através da janela para dentro daquele maldito quarto, era a de uma menina cinza, apaixonada, quebrada, triste e nada, definitivamente,