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E QUEM DISSE QUE AS COISAS NÃO PODEM SER ASSIM? APENAS SIMPLES...

- Pára!
Ela ouviu a frase e virou a cabeça rapidamente. Queria saber de quem era aquela voz doce e suave, porém firme e ligeira, que havia dito a tal palavra para ela.
- Pára! Assim – ele repetiu.
Ela encarou o dono da voz com uma certa irritação. Apenas para disfarçar. Ele era lindo. Olhos escuros, cabelos pretos longos, um queixo quase barbado, regular e quadrado, e um sorriso sensacional. Estimulante. Aparentemente sincero e interessante. Ela apenas o encarou em silêncio, agora sem qualquer irritação disfarçada.
Ele sorriu simpático, querendo quebrar o gelo – A posição do seu rosto daria uma foto. Um retrato lindo, sabe? Por isso pedi, quer dizer, quase mandei, né? Você ficar parada. Queria congelar o momento.
Ela segurou um sorriso, apenas para querer parecer ser um pouco mais teimosa. Um pouco mais difícil.
Ele ofereceu uma bebida.
- Não sei o que está bebendo – ela disse – Como posso aceitar?
Ele continuou com o copo estendido – Às vezes podemos arriscar, você não acha? Beber cicuta sem saber. Sabe que pode até fazer bem?
- Beber cicuta? – ela perguntou, irônica e agora sorrindo de verdade, aberta para aquele garoto lindo e atrevido.
- Não. Claro que não. Eu me refiro a arriscar. Faz bem arriscar – ele disse, confiante.
- Talvez. Quem sabe? Depois de tantas porradas e erros, será que ainda tem algo por que valha a pena arriscar? – ela perguntou.
- Claro que sim – ele afirmou, rápido – Claro que sim. Arrisque e seja feliz.
- Quem disse isso? – ela perguntou.
Ele fez um sinal negativo com a cabeça - Algum poeta ou idiota, sei lá.
Ela olhou com simpatia para ele e disparou – Tá bem, eu aceito.
Ele estendeu o copo, ainda mais uma vez, porém ela afastou o mesmo com suas pequenas mãos delicadas. Ele olhou-a confuso, sem entender.
- Eu aceito outra coisa – ela disse.
- Posso saber o quê? – ele perguntou, sinceramente sem entender coisa alguma.
- Um puta beijo teu...

...

Enquanto se beijavam como adolescentes ardentes, a música explodiu no ambiente, tal qual fogos de artifício que celebram reveillons de amor. E, por incrível que pareça, aquele foi o começo de uma história de amor. Assim, de forma simples, de forma rasa, de forma inesperada.

E quem disse que as coisas não podem acontecer assim?

Ah, se eles foram felizes para sempre?

O que você acha???

...


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,