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A TEMPESTADE ESTÁ SÓ COMEÇANDO...


Às vezes, o céu fica bastante escuro, ainda que não seja noite. Nossas vidas também. Às vezes, ficam bastante escuras. Como se não houvesse amanhã, uma tempestade aproxima e promete devastar, inundar, causar, destruir, derrotar e levar tudo o que pudermos pensar. Tudo. Como se o breu das nuvens cinzas fosse a mera tradução dos nossos medos, nossos desesperos, nossa desesperança, nosso desejo de voltar a nascer. Recomeçar do zero. Recomeçar tudo. Tempestades são como a morte. Raios são como o último suspiro. Tempestades são o sexo. Raios, o gozo. Temos medo e somos fracos. Temos medo e somos fracos. Às vezes, uma tempestade pode nos dar muito mais pistas sobre quem realmente somos do que qualquer outra coisa. Do que qualquer outra fotografia ou impressão. Quando ficamos lá, quietos, à frente da janela, apenas observando o céu revolto e negro. O céu desafiador. Indestrutível. É quando percebemos que há muito mais coisas que podem nos matar lentamente, do que apenas a fumaça dos cigarros que tragamos, religiosamente, todos os dias. A tempestade pode ser libertadora. A tempestade é desafiadora. A tempestade pode ser apenas um detalhe. A tempestade pode ser o fim de algo que desejamos encerrar. Desesperadamente. Ou não. A tempestade pode ser qualquer coisa. Estou olhando através da janela neste exato momento. O céu está escuro e espesso. Vai chover muito. A tempestade está só começando. Só começando...


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,