Pular para o conteúdo principal

GRISALHA CASA.





Ela olhou todas aquelas fotos amarelas e velhas com desdém e pouco caso.

Ela sempre detestou aquela casa com todas as suas forças.

Sempre.

Sempre detestou.

Sempre detestou mas, no fundo, ela também sempre amou aquela casa.

A sua casa.

A sua irritante e maldita casa.

Por vezes triste.

Por vezes feliz.

A casa tão cheia de estranhos, de dementes, de doentes.

Pessoas, enfim, como ela.

Talvez por isso a ambigüidade.

Amor e ódio na mesma intensidade.

Casa estranha.

Tão cheia de nada, de vazio, de saudade, de solidão.

E ela amava a sua vida.

Por isso estava lá.

Por isso estava lá.

Observando, através de velhas fotos e ainda que com desdém, a velha e grisalha casa.

A sua casa.

Por todo o sempre com ela.



“CEREMONY


This is why events unnerve me

They find it all, a different story

Notice whom for wheels are turning

Turn again and turn towards this time

All she ask's the strength to hold me

Then again the same old story

World will travel, oh so quickly

Travel first and lean towards this time.

Oh, I'll break them down, no mercy shown Heaven knows, it's got to be this time Watching her, these things she said The times she cried, too frail to wake this time.


Oh I'll break them down, no mercy shown

Heaven knows, it's got to be this time

Avenues all lined with trees

Picture me and then you start watching

Watching forever, forever

Watching love grow, forever

Letting me know, forever.”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
DETESTANDO SÁBADOS, DOMINGOS, SEGUNDAS, TERÇAS... POR FAVOR, USE OS HEADPHONES (TORI AMOS – I DON´T LIKE MONDAYS) Ele estava sem muito saco naquela noite de sábado, mas, ainda assim, graças à insistência deles, resolveu sair com os seus amigos para beber, dançar, conversar, fumar, enfim, viver uma típica noite de sábado como faz todo ser humano que está...vivo. E, ainda que não fosse esse exatamente o seu caso, lá foi ele, mais uma vez, ao Clube Varsóvia, para sentar e fumar um Marlboro atrás do outro, enquanto os seus amigos dançavam e se embriagavam. E enquanto a música preenchia o ambiente de modo devastador e o álcool começava a cumprir o seu papel de desinibidor supremo, ele fez exatamente como a sua mente solitária havia, cruel e repetidamente, planejado antes da chegada dos seus amigos. Ficou prostrado em uma cadeira nada confortável do Varsóvia, ouvindo o som e apenas olhando a diversão, como se ela não lhe fosse jamais permitida. Mas o acaso conspira. Entre

TO THE END

- O que vc quer de mim? – ela perguntou, aos gritos – Que porra você quer de mim?. Ele olhou para o chão, triste. Não queria responder, não sabia responder. Preferiu o silêncio. - Vai responder, seu filho da puta? Vai? – ela gritou, enquanto dava socos no peito dele. Socos não fortes, porém socos repletos de raiva, desespero e dor. Ele ficou em silêncio. Ficou em total e absoluto silêncio, sem ter nada a dizer. Ela ter visto aquele beijo já era o suficiente. - Seu idiota. Seu completo e estúpido idiota. Sai daqui. Agora! – ela gritou. E ele saiu do pequeno apartamento e foi embora, descendo as curtas escadas daquele prédio tão antigo. E enquanto descia, podia ouvir, com desespero, o choro e a dor daquela garota tão especial, outrora o grande amor da sua vida. E caiu em choro e lamento. Pobre diabo...