leia e ouça: boy with apple || green eyes
Ele a encarou com firmeza, vontade, decisão e amor, muito, mas muito amor.
Ele a encarou.
Deliberadamente.
Ele encarou aqueles olhos grandes, gordos e verdes.
Lindos.
Lindos olhos verdes.
Lindos.
Tão dela.
Apenas dela.
Uma atriz de cinema do passado.
Uma mulher belíssima.
Ela.
Apenas, ela.
E ambos, ambos, sorriram.
Sem nada dizer.
Sem nada falar.
Sem quase respirar.
Não precisava.
Eles apenas… sorriram.
Ternura.
Afeto.
Amor.
Amor para caraho.
Deles.
Entre eles.
Ele a encarou novamente com firmeza, vontade, decisão e amor, muito, mas muito amor.
Pensou que não existia Deus ou Odin ou qualquer entidade similar, mas se existisse, essas figuras divinas teriam desenhado aquela mulher à frente dele.
Certamente.
Absolutamente.
Linda.
Nunca houve uma pessoa mais linda.
Nunca haveria.
Nunca haverá.
Linda.
Olhos verdes.
Olhos gigantes que engolem, devoram e abraçam.
Mordem.
Afagam.
Carinham.
Olhos… verdes.
Os dela.
Tão, tão lindos.
Ele a encarou novamente com firmeza, decisão e amor, muito, mas muito amor e simplesmente… sorriram uma vez mais.
Novamente.
Deliberadamente.
Certeiros.
Sorrisos.
O amor estava ali.
No olhar.
No ar.
Neles.
Nos dois.
No que não se percebe, no que não se toca, mas apenas no que se sente.
O amor apenas estava… ali.
No ar.
Naquela cena.
Entre os dois.
No gesto.
Ao arrumar os cabelos.
Nas mãos.
No suor nervoso.
Nos tremores.
No olhar.
No infinito.
Neles.
Eles.
Apenas neles.
O bar estava lotado e os copos de vinho dos dois ainda nem tinham sido tocados, uma vez que não houve tempo e sequer brindes.
Não.
O amor paralisou a cena antes de qualquer coisa.
Eles.
Havia eles.
Apenas eles.
E o amor.
Muito amor no ar.
Ele a encarou com firmeza, paixão e amor, muito, mas muito amor.
Ele encarou aqueles olhos grandes, gordos e verdes.
Lindamente verdes.
Sorriram.
Ele delicadamente tomou um gole do seu vinho Malbec forte, levantou e fez um afago nos cabelos, deliciosa e lindamente, desgrenhados dela.
Lindos.
Deu um beijo cinematográfico naquela boca rosa tão linda que durou segundos que pareceram horas.
Um beijo.
A intimidade maior que existe.
Ele sorriu.
Ela também.
Sorriram.
E ele partiu.
Não a deixou sozinha, mas foi para sua casa (antes dela) para esperá-la, afinal havia um vaso vazio em cima de um móvel recém comprado que ele queria preencher com flores antes de se reverem.
Não sabia quando ela viria.
Não.
Não sabia, mas ele decidiu que iria aguardar.
O tempo todo, a vida toda.
Tudo.
O tempo necessário.
O tempo que fosse.
E o vaso estaria lá.
Cheio de vida e flores.
E ele, também.
À espera dela.
À espera daqueles olhos verdes gordos, grandes e lindos.
Tão únicos.
Tão dela.
Tão linda.
Ele estaria lá…
À espera dela.
Sempre.
Sempre e por todo o sempre.
apenas… amor….
Photo: Norma Shearer (n/d)
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