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NAMORADOS...

Eles eram dois adolescentes. Dois adolescentes descobrindo o mundo, descobrindo a vida, tentando, experimentando, buscando saídas e caminhos e o que mais fosse necessário para ser feliz. Eles eram apenas dois adolescentes. Adoravam estar juntos. Precisavam se falar praticamente todos os dias. Precisavam se VER praticamente todos os dias. Adoravam estar grudados.

Eram adolescentes...

E o tempo foi passando e passando e passando. E, de repente, eles ainda adoravam estar juntos e ainda adoravam se falar todos os dias e ainda precisavam se VER todos os dias e ainda adoravam estar grudados, mas não de um modo pesado, sufocante, asfixiante. Apenas de um modo tranqüilo, feliz, em paz. Como somente quem ama MUITO é capaz de sentir...

E depois de todo esse tempo – anos - lá estavam os dois, com rugas, ainda mais uma vez, sentados na fofa areia daquela praia, naquele dia nublado como o chumbo.

- E quantos anos faz hoje? – ele perguntou, enquanto acendia um cigarro e abria uma cerveja.
- Que estamos juntos? – ela respondeu, com um sorriso gostoso nos lábios, ajeitando o seu velho chapéu de palha, mais apropriado para um dia de sol do que para aquele dia de chuva.
Ele retribuiu o sorriso e disse – Exato.
- Estamos juntos o tempo suficiente para eu saber que dificilmente vou deixar de te amar. O tempo suficiente para eu saber que sou feliz como nunca e o tempo insuficiente para te ter por perto, porque, meu querido, isso eu quero por todo o resto da minha vida. Ainda que ela esteja próxima do fim.
- Me dá um beijo agora vai... – ele pediu feliz, apenas feliz como uma criança e apaixonado como qualquer um de nós, como sempre, e cada vez mais...



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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,