Pular para o conteúdo principal
APENAS ELES. O MUNDO EM VOLTA POUCO IMPORTA

Eles estavam lá, sentados naquela mesa de bar, absolutamente alegres e felizes e contentes. Apaixonados. Simples assim. Apaixonados como sempre um pelo outro, apaixonados como sempre quiseram, como sempre puderam, como sempre foi. E, de acordo com os seus próprios e generosos corações, como sempre será.

E eles estavam lá. Sentados e conversando animadamente sobre todos e sobre nenhum assunto. Sentados e observando apaixonadamente cada detalhe um do outro. Cada detalhe do olhar, da pele, do rosto, dos cabelos, dos perfumes, das mãos, dos lábios, enfim, cada detalhe do seu próprio amor.

E os garçons passavam, os cigarros viravam fumaça, as bebidas acabavam, as pessoas mudavam, o bar “acontecia” e eles pouco se importavam, pouco se importavam, pois tinham um ao outro e isso era o mais importante. Naquele e em todos os momentos.

- Engraçado – ele disse, divertido, enquanto acendia mais um cigarro mentolado.
- O quê? – ela retrucou, curiosa.
- Estamos juntos há tempos e parece que mal acabamos de nos conhecer – ele disse.
Ela bebeu um gole do seu copo americano de cachaça doce e gostosa e provocou – Quer dizer que ainda sabe pouco sobre mim? Depois de todos esses anos? Mesmo depois dessa vida? Nunca teve curiosidade de saber mais?
Ele sorriu o seu sorriso mais brincalhão e respondeu, firme e divertido – Eu te conheço como a palma da mão, sweetie honey. Como a palma da SUA maravilhosa e pequena e linda mão. O que eu quero dizer, de verdade, é que mesmo depois de todos esses anos, eu te amo demais e ainda tenho muito, mas muito mesmo, para te amar. Curioso, né?
Ela o olhou doce e murmurou - Você é lindo – sem graça e tomando mais um gole do seu copo.
- Você é que é. Mais do que linda. Você é tudo. Tudo de bom. Toda boa. Aliás... – ele começou, deixando no ar o suspense.
- ... aliás? – ela perguntou, curiosa.
- Olha para o seu relógio. Já é meia-noite. Parabéns. Parabéns por mais esse seu aniversário – ele ergueu sua vodka, em um brinde sensacional.

E ela sorriu desastrada e contente e eles se beijaram de forma espetacular, de forma cinematográfica, como apenas os amantes conseguem. Como apenas o verdadeiro amor permite. Como apenas dois jovens – sempre – apaixonados.

As pessoas em volta eram apenas platéia...

...


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

Quando Você Ama…

  leia e ouça: surf curse || freaks “...Don't kill me just help me run away From everyone I need a place to stay Where I can cover up my face Don't cry, I am just a freak I am just a freak I am just a freak I am just a freak…” (Surf Curse || Freaks) Quando você vive, você erra. Todos nós. Todos. Todos nós erramos, de um jeito ou de outro. Faz parte. Quem nunca errou? Quem nunca? Só quem não viveu. Quando você vive, você se expõe e acaba errando, cedo ou tarde. Mente quem diz que nunca errou, uma vez que certamente também errou em algum momento da vida e tenta negar isso. Eu? Se eu errei, omiti e menti? Sim. Certamente. Muito. Mais do que seria razoável, muito mais do que seria razoável. E só os Deuses sabem como foi difícil e errado e como me arrependo. Arrependimento? Muito. Arrependimento real e verdadeiro. Mas, a verdade é o mais importante. Sempre. E demorei a entender isso. Demorei MUITO. Muita porrada para entender isso. Muita porrada para entender isso. A transparência.

Ela, A Mulher da Minha Vida

leia e ouça: champagne supernova || vitamin string quartet tribute to Oasis Ah, se eu não tivesse me omitido. Ah, se eu não tivesse traído (ainda que sem querer, mas é sempre sem querer, né? Sempre. Sempre um erro ou vários. Muitos). Ah, se eu tivesse me tratado. Ah, se eu tivesse perguntado. Ah, se eu não tivesse me auto sabotado. Sempre. Ah, caso eu tivesse apenas existido de forma tão transparente. Ah. Eu não a teria perdido. Tantos ahs. Tantos. E sobra a tristeza, o chão, a queda, o ralo, as mentiras, as dívidas, enfim, sobra nada. Nada. E tudo de dor. Em excesso. Compulsão. Ah, se eu tivesse vivido. Ah, se eu tivesse sido simples. Otário. Eu. Muito prazer. Eu. Ah, se eu tivesse pedido ajuda. Ah, caso eu tivesse vergonha na cara. Ah, caso eu tivesse espelho em casa. Ah. Tantos ahs. Tantos. Mas, agora, eles não resolvem. Os ahs vieram tarde demais. E dói. Muito. Mas sigo. Seguirei. Triste, em lágrimas, chorando, tentando e vivendo. Do jeito que der. Do jeito que dá. Aprendendo. Apre