E QUEM QUER SER AUDREY HEPBURN?
- A "minha" Audrey Hepburn - ele disse a ela com um sorriso, enquanto saíam do cinema e momentos antes de beijarem-se com amor. Muito amor.
...
E, tempos depois, em uma noite qualquer, o mais assustador não era o escuro do céu, nem a chuva que desabava pesada e cheia de raiva e cheia de risos, e nem tampouco os trovões que explodiam de minutos em minutos em um brilho de luz negra sinistro, sádico, ilustrativo de todo o seu poder devastador.
E o mais assustador naquela noite qualquer de chuva e tempestade, não era os pobres diabos mortais que vagavam de bar em bar, de corpo em corpo, de cigarro em cigarro, de batom em batom, de banheiro em banheiro, de latrina em latrina, durante toda a madrugada, apenas buscando um refúgio sobressalente e adicional à vida.
O mais assustador naquilo tudo, naquele quadro de madrugada barata, de madrugada perversa, de madrugada perdida, naquele cenário de vazio e desespero e medo e solidão, era que ela estava pouco se importando com qualquer coisa que não fosse o seu baseado babado e melado de saliva e sua tequila pobre e podre.
O mais devastador era que ela permanecia sentada em um lugar qualquer daquele boteco encardido e imundo, alheia a tudo, apenas fumando e bebendo e pouco se importando com a tempestade que açoitava a noite, com os bêbados que maltratavam os fígados, com as putas que vilipendiavam os corpos, com as drogas que iludiam as vidas e com os cheiros que azedavam as esquinas.
Tudo o que ela queria além das drogas e do álcool naquela merda de noite, era difícil demais. Dolorido demais. Insuportável demais.
Tudo o que ela queria era esquecer que, um dia, já foi Audrey Hepburn.
... apenas isso e os créditos finais.
- A "minha" Audrey Hepburn - ele disse a ela com um sorriso, enquanto saíam do cinema e momentos antes de beijarem-se com amor. Muito amor.
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E, tempos depois, em uma noite qualquer, o mais assustador não era o escuro do céu, nem a chuva que desabava pesada e cheia de raiva e cheia de risos, e nem tampouco os trovões que explodiam de minutos em minutos em um brilho de luz negra sinistro, sádico, ilustrativo de todo o seu poder devastador.
E o mais assustador naquela noite qualquer de chuva e tempestade, não era os pobres diabos mortais que vagavam de bar em bar, de corpo em corpo, de cigarro em cigarro, de batom em batom, de banheiro em banheiro, de latrina em latrina, durante toda a madrugada, apenas buscando um refúgio sobressalente e adicional à vida.
O mais assustador naquilo tudo, naquele quadro de madrugada barata, de madrugada perversa, de madrugada perdida, naquele cenário de vazio e desespero e medo e solidão, era que ela estava pouco se importando com qualquer coisa que não fosse o seu baseado babado e melado de saliva e sua tequila pobre e podre.
O mais devastador era que ela permanecia sentada em um lugar qualquer daquele boteco encardido e imundo, alheia a tudo, apenas fumando e bebendo e pouco se importando com a tempestade que açoitava a noite, com os bêbados que maltratavam os fígados, com as putas que vilipendiavam os corpos, com as drogas que iludiam as vidas e com os cheiros que azedavam as esquinas.
Tudo o que ela queria além das drogas e do álcool naquela merda de noite, era difícil demais. Dolorido demais. Insuportável demais.
Tudo o que ela queria era esquecer que, um dia, já foi Audrey Hepburn.
... apenas isso e os créditos finais.
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