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CANÇÃO DO AMOR ADOLESCENTE

- Faz uma canção de amor para mim? - ela pediu, enquanto ele brincava com o piano.
Ele sorriu apenas com o olhar - ele adorava fazer isso - e ficou em silêncio.
- Faz? - ela insistiu, sentando ao seu lado no banquinho ruivo do piano.

Ele desviou o olhar daquela garota linda sentada ao seu lado e encarou o instrumento à sua frente. Começou a dedilhar alguns acordes, a brincar com as teclas.

Brancas, pretas, pretas, brancas, todas as teclas do piano.

Seus dedos finos, suaves, firmes e marcantes iam e vinham, como num toque de seda.

Ele interrompeu a brincadeira, antes que o conjunto virasse canção.

Ela olhou para ele meio surpresa, meio divertida - Estava lindo. Não quer? - perguntou, alisando os cabelos longos e pretos dele.
- A canção já está feita - ele respondeu - Basta olhar para nós neste exato momento. Não é uma bela canção de amor?

Um puta beijo foi o grande acorde final...

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,