Pular para o conteúdo principal

SONHOS DE UMA MADRUGADA MOLHADA DE VERÃO


- Sonha comigo? – ele pediu quase tolo, quase infantil.

- O quê? – ela respondeu – Pirou? O calor derreteu o pouco que resta do seu cérebro pequeno? – disse irônica.

- Sonha comigo? Sonha? – ele pediu.

- Como assim “sonha comigo”? Você acha que eu escolho os devaneios que tenho durante a madrugada? Acha que consigo selecionar com o que vou sonhar? – ironizou.

- Talvez. Se você quiser muito, pode até conseguir. Quem sabe?

Ela sorriu e fez um carinho fofo em seus cabelos curtos. Admirou seus olhos verdes e apenas sorriu.

- Por favor? – ele insistiu – Você me disse que sonhou comigo outra noite. Porra, quem sabe consegue repetir a façanha. Vou ficar muito feliz. Muito mesmo.

- Você é um idiota de verdade – ela disse com carinho.

- Mas não basta sonhar. Tem que me contar os detalhes depois – ele afirmou como um babaca apaixonado.

- Vou tentar. Prometo que vou tentar. Antes de tomar o meu Lexotan e dormir como um anjo, vou mentalizar muito para ter um sonho contigo. Muito mesmo.

Ele sorriu e concordou com a cabeça.

- Deus, ela é linda – ele pensou sem nada dizer.

- Deus, ele é lindo – ela pensou sem nada dizer.

- Estou molhada – ela disse rápida.

- Porra, já começou o seu sonho? – ele brincou.

Ela olhou para ele com asco e disse – Escroto. Está vendo a porra do calor. Estou suada seu imbecil – disse fingindo indignação.

- Ah... – ele respondeu – Entendi.

- Babaca – ela disse.

- Linda – ele respondeu.

E o sonho? Bem, só a noite vai dizer o que virá pela frente. Só a noite, a lua, Mr. Sandman,  o Lexotan, o vinho, as canções e os desejos de amor... apenas isso...




Comentários

Lorene disse…
Um de meus preferidos. Amo. Demais.

;)
Lorene disse…
Um de meus preferidos. Amo. Demais.

;)

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,