Pular para o conteúdo principal

TENHA UM BOM DIA


Ele mal dormiu. Mal dormiu. Quando acordou e olhou no espelho ficou assustado com as olheiras e o rosto inchado. Precisava trabalhar e se sentia um lixo. Caralho. Durante a madrugada, virou-se de um lado para o outro, de um lado para o outro, como um boneco, como se estivesse em um baile de caranaval. A noite toda. A noite toda. Suado, molhado, exausto, ele não conseguiu dormir. A sua testa (e o seu corpor) exalava calor. Não conseguiu focar no simples ato de dormir. Não. Nem fodendo. Pensamentos, pensamentos e pensamentos. Ah, malditos pensamentos, eles iam e vinham, infernizando e atormentando a sua noite. Pensamentos proibidos como se mãos invisíveis tocassem todo o seu corpo ao longo da madrugada. Ele delirou de prazer. Delirou. Sorria e esquecia, totalmente, de dormir. Queria um gole de vodka. “O esforço para lembrar é a vontade de esquecer”, lembrou da canção. Ela estava lá. Ele tinha certeza. Naquele quarto. Seja em qual matéria, seja em qual forma, seja em qual estado, seja em qual tipo de pensamento ou crença, ela ficou no seu quarto durante toda a noite. Ele tinha certeza disso. Pobre rapaz. Dormiu, não dormiu, suou, acordou, gozou, enfim, teve uma madrugada daquelas. Daquelas típicas de verão sem chuva... porém com MUITO, mas muito suor e prazer. Pobre e feliz rapaz...

Comentários

Lorene disse…
Ai ai...

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

Brindando Palavras Repetidas

  leia e ouça: richard hawley || coles corner - Você é repetitivo. Ele a olhou com uma surpresa muda,  - Você é muito repetitivo - ela disse, certeira, sabendo que o havia atingido em seu ponto mais fraco, mais vulnerável, mais dolorido. Não sorriu. Ele a olhou com certa surpresa sabendo que, no fundo, ela estava certa - Como assim? - perguntou, querendo ter certeza. - Repetitivo. Repetitivo. Você usa as palavras de forma inconsequente e repete sempre as mesmas coisas. Faz isso o tempo todo. - Faço? - ele disfarçou. Ela então sorriu levemente - Claro que faz. Mas o que me deixa ainda mais fascinada é esta sua cara de pau. Você sabe que é assim, desse modo, desse jeito e ainda assim continua nesta direção. Ele fingiu indignação, mas por puro orgulho. Ela estava absolutamente certa. Ele tomou um gole do que estava bebendo e ficou quieto, esperando a próxima porrada. - Não? Você não sabe disso? - ela insistiu. - Talvez - admitiu, sem admitir. - Então, por que você não tenta mudar? - Você

PASSE-ME O SAL PARA EU BOTAR NA SOBREMESA?

- Não há nada a desculpar – ele disse pouco tranquilo, muito mentiroso, entre os copos de vodka, as mesas e o barulho do Clube Varsóvia, tentando desviar do olhar adorável, inesquecível e maravilhoso daquela garota à sua frente. Ele a amava. Ela o olhou com ternura e amizade e fez um carinho breve e gentil no seu cabelo. Por instantes, breves instantes, ela lembrou de todo o afeto e paixão que sentiu por ele no passado. Todo o carinho, o afeto e o amor que sentiu por ele em um passado não tão distante. Como foram felizes. - Fica tranquila – ele disse e continuou - Nada a desculpar mesmo. Tudo em ordem do meu lado – ele prosseguiu – Você gosta de MPB mesmo. Eu detesto – completou, com um sorriso. - Você mente mal. Muito mal mesmo sabia? Quase um canastrão – ela brincou e continuou – Esqueceu que te conheço há um tempinho? - Muito tempo? – ele perguntou, tentando disfarçar, enquanto acendia um Marlboro – Dentre as mentiras da vida, duas nos revelam mais – recitou, citando a antiga c