Pular para o conteúdo principal
SURPRESAS INDESEJÁVEIS

Nada pode ser tão simples assim. Nada. Nada pode ser tão simples e tão fácil. A vida não é fácil, mas nem fodendo. Quem diz isso ou está com febre ou drogado ou bêbado ou é apenas imbecil. A vida não é, simplesmente, como nós a imaginamos. Digo sobre a vida que desejamos ter. A vida que imaginamos querer. A fumaça que escorre entre os dedos é a fumaça das horas, dos minutos e dos segundos que passam, cruéis, enquanto aguardamos a porra do fim. Os letreiros finais. O começo dos créditos. A trilha sonora. Não importa quantos cigarros ou quantos beijos ou quantos gozos ou quantos copos. Simplesmente não importa. A vida não é, definitivamente, como nós imaginamos. Caralho, dependemos de outros, não só de nós. E é aí que tudo fode. É aí que tudo vai para o espaço. A vida poderia ser um jogo virtual, uma espécie de Pac-Man do avesso, sob nosso total controle. Apenas diversão. Just for fun. Mas a cama em que ela acorda não é cama em que ela quer acordar. A bebida que ele bebe não é a bebida que ele quer beber. A estrela que ela enxerga não é da constelação que ele imagina. As merdas que ele escreve não têm o menor sentido. A sua babaquice tem toda uma razão de ser. Nada pode ser tão simples assim. Nem a chuva, nem a noite, nem as garotas, nem os sonhos. Apenas uma coisa pode ser assim: o silêncio. Talvez a coisa mais simples do mundo e a melhor de todas as desculpas. Ninguém jamais vai me acusar de falar demais. Graças a Deus (se é que ele ainda está alive and kicking).

Nada pode ser tão simples assim.

Ela jamais poderia ter dito que me amava. Jamais.

Quebrou todos os meus medos e acabou com minhas desculpas.

Porra...

Maldita seja a sua sinceridade...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Brindando Palavras Repetidas

  leia e ouça: richard hawley || coles corner - Você é repetitivo. Ele a olhou com uma surpresa muda,  - Você é muito repetitivo - ela disse, certeira, sabendo que o havia atingido em seu ponto mais fraco, mais vulnerável, mais dolorido. Não sorriu. Ele a olhou com certa surpresa sabendo que, no fundo, ela estava certa - Como assim? - perguntou, querendo ter certeza. - Repetitivo. Repetitivo. Você usa as palavras de forma inconsequente e repete sempre as mesmas coisas. Faz isso o tempo todo. - Faço? - ele disfarçou. Ela então sorriu levemente - Claro que faz. Mas o que me deixa ainda mais fascinada é esta sua cara de pau. Você sabe que é assim, desse modo, desse jeito e ainda assim continua nesta direção. Ele fingiu indignação, mas por puro orgulho. Ela estava absolutamente certa. Ele tomou um gole do que estava bebendo e ficou quieto, esperando a próxima porrada. - Não? Você não sabe disso? - ela insistiu. - Talvez - admitiu, sem admitir. - Então, por que você não tenta mudar? - Você

SORTE OU AZAR?

Sorte? Azar? Erros? Acertos? Signos? Crenças? Nada disso. A vida dela era um eterno confronto entre o bem e o mal. Entre a sorte e o azar. Entre erros e acertos. Entre o lado ruim e o lado bom. Dualidades. A vida dela. O resumo da vida dela. Um breve e apertado resumo. Sorte? Azar? Erros? Acertos? Signos? Crenças? Nada disso. A vida dela era um eterno confronto entre ela e ela mesmo. Apenas isto. Nada demais. Nada demais. Nada do que já não se viu por aí. Aos montes. Aos montes. - Qual o seu signo? – ela perguntou temendo ser tola ao cubo. - Câncer – ele respondeu acreditando na sua tolice ao cubo – Isto faz alguma diferença? – provocou. Ela sorriu e disse – Claro que não. Claro que não. Adoro homens de câncer – mentiu. - É? – ele perguntou incrédulo – E quais as qualidades deles? Dos homens deste signo? Ela sorriu sem graça e respondeu direta e reta – Nenhuma. Nenhuma. Precisa ter alguma? – perguntou – As qualidades aparecem – finalizou. Ele apenas

DAQUELE JEITO... DAQUELE JEITO E COM AQUELE BRILHO...

Daquele jeito. Tudo daquele jeito. Um jeito errado, um jeito ferrado, um jeito completamente sem propósito. Um jeito.... deles. Absolutamente deles. Um casal sem sentido. Sem nenhum sentido ou qualquer coisa similar. Sem nexo, sem curva, sem verso, sem nada. Um casal incomum. Adorável, mas incomum. Daquele jeito. Tudo daquele jeito. Um jeito errado, um jeito ferrado, um jeito completamente sem propósito. Um jeito.... deles. Absolutamente deles. E nada, mas NADA usual. Próprio e absolutamente não usual. Um casal sem sentido. Completamente sem sentido. Sem nexo, sem curva, sem verso, sem nada. Sem nada. Amor? Sim. Muito. Talvez sim. Talvez não. Mas, eles.... Amor poderia haver. E havia. Amor. Apenas e muito amor. - Você pode parar de me ofender? – ele pedia de forma irritada, desesperada. Ela olhava com ironia e apenas respondia – Vá se foder. E viviam. Daquele jeito. Viviam daquele jeito. Um jeito errado, um jeito fe
...e de todas as coisas mais feias e mais belas do mundo, a única que a fazia sorrir era o mar, pois o reflexo no espelho causava angústia e vontade de chorar... e ele disse "eu não sei fazer poesia, mas que foda". ela concordou com a cabeça e lhe deu um beijo fabuloso, formidável, maravilhoso. ela chorou, sem saber se de felicidade ou tristeza... apenas sem saber...