QUANDO A SALA DE ESTAR ESTÁ LOTADA DE AMIGOS E SOLIDÃO
E tudo aquilo parecia surreal.
Uma espécie de filme psicodélico dos anos sessenta, recheado de álcool, drogas, cores e canções antigas. E ela se divertia com os compactos de vinil que ele possuía. Amava aqueles pequenos discos velhos, tão cheios de charme e apelo. Adorava cheirar escutando aquelas canções pop, aquelas canções bubble gum, aquelas canções inocentes sobre amores impossíveis e sonhos juvenis. Ela adorava aquilo tudo.
E lá estavam eles novamente na pequena e bacana sala de estar. Ana, Clarice e Heitor, os três amigos inseparáveis, juntos e conversando sobre a amizade que os envolvia, sobre os casos e os descasos, enfim, conversando sobre a vida urgente e apaixonada e desenfreada que levavam.
E tudo aquilo, como sempre para Clarice, parecia surreal.
Um cenário de tranquilidade e amizade, uma madrugada entre amigos, envolta em elevadíssimo teor alcoólico.
E eles conversavam e conversavam e conversavam.
- E o que você fez, Heitor? Ela nua na sua frente, e nada? Nada?...
...
- Então, foi o seguinte. Ele me ligou e disse...
...
- Ah, eu não tenho a menor idéia...
...
- Me passa o isqueiro...
...
- Que haxixe vagabundo este, hein?
...
- O novo DJ do Clube Varsóvia é adoravelmente hard core
...
- Faz tempo que não ouço nada tão legal...
...
- Fiquei triste, mas foda-se...
...
E, entre as palavras, no silêncio mudo da compreensão, eles se amavam como poucos amigos podem se amar.
Não, seus devassos, nao havia sexo entre eles. Claro que não. Havia apenas aquela paixão que se pode sentir entre amigos, entre irmãos, entre pessoas que se gostam, por motivos quaisquer, por motivos quaisquer.
Depois de horas a fio, entre cigarros sem filtro e goles violentos de cachaça e vodka, tudo o que os esperava era um sono reparador.
Mas enquanto Heitor e Ana dormiam no sofá, esparramados e desarranjados como anjos caídos, Clarice permanecia acordada, degustando a sua insônia. Fumando cigarros sem filtro e ouvindo canções de solidão.
Vontades, desejos, arrependimentos, amigos, amores, amantes.
Sua cabeça era tudo ao mesmo tempo.
E tudo aquilo parecia tão surreal.
Alguém tão sozinho na companhia de melhores amigos.
Surreal.
Bem, surreal até o dia em que a solidão será apenas o nome de uma canção antiga...
...uma canção antiga sobre tempos difíceis e amores impossíveis...
E ela decidiu dormir...
Até o sol resolver nascer!
E tudo aquilo parecia surreal.
Uma espécie de filme psicodélico dos anos sessenta, recheado de álcool, drogas, cores e canções antigas. E ela se divertia com os compactos de vinil que ele possuía. Amava aqueles pequenos discos velhos, tão cheios de charme e apelo. Adorava cheirar escutando aquelas canções pop, aquelas canções bubble gum, aquelas canções inocentes sobre amores impossíveis e sonhos juvenis. Ela adorava aquilo tudo.
E lá estavam eles novamente na pequena e bacana sala de estar. Ana, Clarice e Heitor, os três amigos inseparáveis, juntos e conversando sobre a amizade que os envolvia, sobre os casos e os descasos, enfim, conversando sobre a vida urgente e apaixonada e desenfreada que levavam.
E tudo aquilo, como sempre para Clarice, parecia surreal.
Um cenário de tranquilidade e amizade, uma madrugada entre amigos, envolta em elevadíssimo teor alcoólico.
E eles conversavam e conversavam e conversavam.
- E o que você fez, Heitor? Ela nua na sua frente, e nada? Nada?...
...
- Então, foi o seguinte. Ele me ligou e disse...
...
- Ah, eu não tenho a menor idéia...
...
- Me passa o isqueiro...
...
- Que haxixe vagabundo este, hein?
...
- O novo DJ do Clube Varsóvia é adoravelmente hard core
...
- Faz tempo que não ouço nada tão legal...
...
- Fiquei triste, mas foda-se...
...
E, entre as palavras, no silêncio mudo da compreensão, eles se amavam como poucos amigos podem se amar.
Não, seus devassos, nao havia sexo entre eles. Claro que não. Havia apenas aquela paixão que se pode sentir entre amigos, entre irmãos, entre pessoas que se gostam, por motivos quaisquer, por motivos quaisquer.
Depois de horas a fio, entre cigarros sem filtro e goles violentos de cachaça e vodka, tudo o que os esperava era um sono reparador.
Mas enquanto Heitor e Ana dormiam no sofá, esparramados e desarranjados como anjos caídos, Clarice permanecia acordada, degustando a sua insônia. Fumando cigarros sem filtro e ouvindo canções de solidão.
Vontades, desejos, arrependimentos, amigos, amores, amantes.
Sua cabeça era tudo ao mesmo tempo.
E tudo aquilo parecia tão surreal.
Alguém tão sozinho na companhia de melhores amigos.
Surreal.
Bem, surreal até o dia em que a solidão será apenas o nome de uma canção antiga...
...uma canção antiga sobre tempos difíceis e amores impossíveis...
E ela decidiu dormir...
Até o sol resolver nascer!
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