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O PESO DA MÃO NA HORA DO SOCO.
 
- Como? - ele perguntou enquanto acendia um cigarro com as mãos trêmulas. Trêmulas, muito trêmulas.
Ela o olhou com um olhar doce, sincero, direto e depois de tomar um gole da sua vodka, disparou - Eu te amo. Simples assim. Simples, mas nem tanto assim - completou.
Ele tremeu. Muito. E entre um trago e outro do seu cigarro, ficou em silêncio por instantes que pareceram séculos.
Ela sorriu e disse - Não vai dizer nada? Nada mesmo? - insistiu.
Ele não sabia o que dizer. Não sabia o que fazer. Queria apenas terminar o seu cigarro, que ele queria que não tivesse fim.
Ela sorriu.
Ele também.
- Vem - ela disse - Me dá um beijo. Um beijo daqueles nada técnicos.
E o peso da mão na hora do soco surpreende. Sempre.
E a chuva que despencava lá fora não importava.
Apenas o amor.
Apenas eles...
 

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