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O PESO DA MÃO NA HORA DO SOCO.
 
- Como? - ele perguntou enquanto acendia um cigarro com as mãos trêmulas. Trêmulas, muito trêmulas.
Ela o olhou com um olhar doce, sincero, direto e depois de tomar um gole da sua vodka, disparou - Eu te amo. Simples assim. Simples, mas nem tanto assim - completou.
Ele tremeu. Muito. E entre um trago e outro do seu cigarro, ficou em silêncio por instantes que pareceram séculos.
Ela sorriu e disse - Não vai dizer nada? Nada mesmo? - insistiu.
Ele não sabia o que dizer. Não sabia o que fazer. Queria apenas terminar o seu cigarro, que ele queria que não tivesse fim.
Ela sorriu.
Ele também.
- Vem - ela disse - Me dá um beijo. Um beijo daqueles nada técnicos.
E o peso da mão na hora do soco surpreende. Sempre.
E a chuva que despencava lá fora não importava.
Apenas o amor.
Apenas eles...
 

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,