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Estocolmo? – Bia perguntou surpresa - Estocolmo? – repetiu incrédula.
Isa a
olhou com ternura e encantamento. Sabia que Bia ainda era a pessoa mais adorável
que ela já havia conhecido. A mais adorável. E estava triste por tudo aquilo. Muito
triste.
-
Você é uma vaca – disse com raiva Bia.
Muita
raiva.
Isa
apenas sorriu trêmula. Nada disse. Não havia nada a dizer a não ser “sinto
muito” e ela, Isa, não queria dizer isso. Definitvamente não queria. Não queria
deixar Bia ainda mais triste.
Ainda
mais triste.
- Vá
se foder você e a sua Suécia. Vá se foder. Você e a porra da rainha brasileira que
reina naquela porra.
Isa
a olhou com extremo carinho e disse sincera – Eu te amo. Sempre vou te amar. Sempre.
Você me espera? – perguntou.
Bia
deu de ombros e começou a chorar ainda mais. Ainda mais.
Isa
se aproximou e fez um carinho nos cabelos longos de Bia – Adoro seu esmalte. Adoro.
Muito. Nunca vi nada igual. E com seus dedos longos fica perfeito.
Bia
continuou a chorar – É a cor que você gosta – disse – Por isso uso – completou.
- Eu
sei - emendou Isa - Claro que sei. Eu volto logo. Volto mesmo. Mas preciso
fazer isso. Preciso mesmo. É a chance de uma vida.
Bia
a olhou com fúria e disse desvastada – Você podia ter me dito. Você é porra da
chance da minha vida.
Isa
fez um carinho no rosto de Bia e disse-, serena – Não. Você sabe que eu não
podia. Não podia mesmo.
E se
abraçaram com muito amor e carinho. Muito amor e carinho ao som da tempestade
que despencava ao longe. Raios e trovões e tudo mais.
Muitos
raios e trovões e tudo mais.
Tudo
mais.
E se
beijaram.
Amaram.
Tocaram.
Tudo
o que era possível tocar.
Tudo
o que era possível beijar.
Línguas,
sabores e odores.
Tudo.
Isa
foi.
Sim.
Isa
voltou?
Não.
Claro
que não.
Bia
esperou?
Também
não.
Apenas
chorou.
E
muito.
Mas
Bia foi feliz apesar de tudo.
E
ainda hoje sorri ao ver aquelas fotos antigas e tudo mais.
E
tudo mais...
E
tudo mais.
Sob
a sombra de línguas, sabores e odores.
E
memórias.
Muitas
memórias.
Muitas
memórias.
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