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QUADRICULADOS


Ela era apenas taquicardia.
Pura taquicardia e suor frio.
Suor frio.
Tremores.
Cigarros.
Um atrás do outro.
Um atrás do outro.
O balcão daquele bar escondido no centro da cidade era pequeno demais para tanta ansiedade.
Pequeno demais.
O azul e branco dos azulejos nas paredes era demais.
Demais.
Assim como o quadriculado do piso.
Como Santos Dumont no centro da cidade.
O tanto que ela amava.
Insano e bizarro, ainda mais que demais.
Sinistro.
O contrário de destro.
E quem não sabe disto?
Apenas os tolos que amam.
Apenas os tolos que amam demais.
Mas quem nunca amou demais?
Quem?
Sinistro.
O contrário de destro.
E quem não sabe disto?
Apenas os tolos que amam.
Apenas os tolos que amam demais.
E ela deu mais um trago e mais uma tragada.
Chorou.
Soluçou.
Quatro e meia da manhã.
Ele?
Ele?
Ele não veio.
Óbvio.
Ainda mais uma vez.
O que restou?
Apenas batimentos cardíacos acelerados, suor frio e tenso, tremores nada leves, cigarros e vodka barata, bem barata.
E a tranquilidade de quem foi esquecida.
Para sempre.
Para sempre...



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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,