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TODAS AS CORES DA ÍRIS

"Íris: Cada uma das duas membranas circulares e pigmentadas, presentes em cada olho, em cujo centro se encontra um orifício dito pupila, e situada posteriormente a cada córnea" (Dicionário Aurélio).

A ÍRIS DA DOR

Eles estavam sentados a uma mesa bem escondida do Clube Varsóvia. Uma mesa bem escondida e mal iluminada. Além das tradicionais luzes negras e coloridas do Varsóvia, havia apenas uma vela lilás iluminando a mesa cheia de copos vazios de vodka e cinzeiros sujos.

- O que mais você quer de mim? – ela perguntou, aflita, enquanto acendia um cigarro, o décimo da noite.
Ele a encarou, sereno, e disse tranqüilo, quase verdadeiro – Eu quero você de volta? Será que é pedir muito?
- Para quê? – ela perguntou – Por que porra você me quer de volta?
- Amor? Conhece? – ele respondeu, olhando fixamente para ela.
Ela devolveu o olhar e disparou, seca – Conheço, mas em você. Mas não com você. Mas não vindo dos seus olhos. Eles não mentem, sabia?
Ele apenas levantou-se, deu um beijo em sua testa e sumiu através da pequena multidão do Clube Varsóvia. Para nunca mais voltar a mentir. Nunca mais.

A ÍRIS DO AMOR

Eles estavam sentados a uma mesa bem escondida do Clube Varsóvia. Uma mesa bem escondida e mal iluminada. Além das tradicionais luzes negras e coloridas do Varsóvia, havia apenas uma vela lilás iluminando a mesa cheia de copos vazios de vodka e cinzeiros sujos.

- O que você quer de mim? – ela perguntou, nervosa e sorrindo, enquanto acendia um cigarro, o décimo da noite.
Ele a encarou, meio bêbado, e disse tranqüilo, totalmente verdadeiro – Eu quero você? Será que é pedir muito?
- Para quê? – ela perguntou – Por que porra você quer uma idiotinha sem graçade cabelos vermelhos como eu?
- Amor? Conhece? – ele respondeu, olhando fixamente para ela.
Ela devolveu o olhar e disparou, sem pensar – Não, definitivamente eu nunca tinha conhecido dessa forma, dessa forma tão forte como vem dos seus olhos. Eles não mentem, sabia?
Ele apenas aproximou-se, apagou o seu cigarro, agarrou-a suavemente pelo pescoço e deu um beijo cinematográfico em sua boca, pouco se fodendo com a pequena multidão do Clube Varsóvia. Ele não queria mais errar. Nunca mais.



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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,