Pular para o conteúdo principal
O SAGUÃO DE PISO XADREZ

boomp3.com

- Tenso? - ela perguntou, divertida.
Ele sorriu, nervoso, mas permaneceu em silêncio.
- Tenso? - ela insistiu, com seu delicioso sotaque carioca, querendo “ouvir” dele, alguma reação.
- Claro que não - ele mentiu.
Ela deu uma risada alta, solta e deliciosa - Você mente mal, garoto, muito mal.
Ele olhou para o alto, como a buscar um auxílio divino de coragem que, definitivamente, não viria naquele momento.
- E você? - ele disse – Aonde está?
- Perto, muito perto - ela respondeu.
- Será? Será que não desistiu? Será que não decidiu nada diferente? – ele contra-atacou, querendo se sentir seguro.
- Você é tão tolo. Adoravelmente tolo e infantil.
- Infantil? Achei que não. Achei que fosse qualquer coisa, menos infantil.
- Pois é, as pessoas tem a mania de se enganar tão facilmente a seu próprio respeito
- Então, é isso? – ela perguntou – Você?
- Aonde?
- Atrás de você, rapaz.
Ela esqueceu o celular e pôde, finalmente, sentir a voz tão conhecida invadir de verdade o seu ouvido.
Virou e olhou para ela, não acreditando que estavam lá. Frente a frente, naquele saguão de aeroporto cheio de pessoas, de vidas e histórias bem e mal contadas. Com e sem final feliz.
- Então você veio? – ela perguntou, sem saber muito bem o que dizer.
Ele sorriu e ficou em silêncio, enquanto guardava o celular no bolso da calça.
Os olhos se encontraram e nada mais foi dito naqueles exaustivos segundos iniciais.
O que aconteceu depois?
Bem, opções e gomas de mascar são apenas frutos de escolhas.

Comentários

Anônimo disse…
Lírico.
Nina 512 disse…
um grande bem me faz ler o que você escreve. e tô muito feliz mesmo por você estar postando constantemente agora...

/o/


não pare. por favor.



lindo o texto.
como de costume.


fica em paz moço
Nina 512 disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Nina 512 disse…
aiiinnn, hora de postar moço!

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

BEING BORING

- Você me ama MESMO? Ama de verdade? – ela perguntou, com ênfase. Ele sorriu, abriu seu melhor sorriso, ajeitou sua barba rala e vagabunda e respondeu – Claro que sim. Claro que te amo. Ela sorriu em resposta. Nada mais. - Qual a razão da pergunta? – ele disse – Você me acha velho demais? – perguntou – Me acha mentiroso? – insistiu. Ela apenas sorriu. Nada respondeu. - Diz – ele insistiu – Você me acha velho ou gordo ou falso demais? Ela abriu o seu mais delicioso sorriso. Nada disse mais uma vez. Ele ficou irritado – Não vai dizer nada, porra? – berrou – Não percebe a minha barba de velho? Minhas manchas vermelhas no rosto? Você é cega ou o quê? Ela apenas consentiu com sua cabeça recheada de cabelos negros soltos e disse tranquila – Não vou dizer porra nenhuma. Preciso? Você não percebe no meu olhar os meus sentimentos? Coitado - Te amo, porra. Apenas isto – disse, com afeto, açúcar e amor. Muito amor. Ele sorriu constrangido. Ela disse – Trouxa. Ele concordou
por enquanto vai ficar sem comments mesmo, então, por favor, quem quiser sinta-se à vontade para mandar um e-mail...eu agradeço (e muito...)

A SAÍDA É LOGO ALI

OUÇA: casino || ponte Ela pensou que seria possível esquecer os seus problemas. Todos os seus problemas. Todos. Ela realmente acreditou e pensou que seria fácil. Simples como tomar um destilado forte, bebericar um café sem açúcar ou descolar uma anfetamina qualquer. Acreditou que pudesse esquecer tudo e, para tanto, apenas alguns trocados no bolso e um carro bastaria. Um carro que a levasse para longe dali e pudesse fazê-la seguir em frente e rasgar todas as estradas possíveis, todos os caminhos reais ou mesmo imaginários. E assim ela fez. Em uma sexta-feira úmida e cinza - como os seus olhos aliás - ela acordou bem cedo. Era madrugada, quase manhã. Encheu a sua mochila gasta de tantas viagens com uma porção de maços de cigarro, alguns pendrives com as suas músicas prediletas, livros de poesia barata e, claro, fotos antigas. Fotos suas e de seus amigos. Fotos que ela adoraria ver, caso sentisse saudade. Ela detestava ver fotos digitais e aquele conjunto de fotos impressas era um tesour