CAMILA´s KISSES
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O Clube Varsóvia!
Lá estava ela, uma vez mais, entrando no Clube Varsóvia.
Depois de todos estes anos. Depois de tanto tempo.
E para sua surpresa, as cores, as luzes, as pessoas, a fumaça, os bartenders, a pista, as cadeiras, o globo colorido, os cinzeiros setentistas, o veludo das paredes, enfim, tudo, mas todo o cenário dos seus loucos anos estava exatamente como sempre foi. Como sempre esteve.
Tudo no seu devido lugar. Tudo suspenso no tempo, no espaço, na vida.
Mas não exatamente.
Óbvio.
Óbvio que não.
Sempre é assim. As coisas mudam.
Tudo o que demora demais para ser revisitado, para ser relembrado, para ser retomado, muda.
E muda mesmo. Para valer.
De modo implacável, cruel e até mesmo rude.
Carrinho por trás com o jogador fora de jogo.
Fratura exposta e corte na carne alheia.
No player, no game.
No entanto, o curioso, no caso dela, é que o Clube Varsóvia estava REALMENTE igual. Exatamente como sempre foi.
Exatamente igual.
O que mudou, meus caros, o que realmente estava diferente, era ela.
Apenas ela.
Antes, uma garota doce e cheia de idéias, muito a fim de “mudar o mundo”, devastada pela falta de interesse alheia, pela falta de interesse dos outros, pela falta de paixão, de motivação, de tesão, enfim, pela falta de vida e toque e sentimento. Pela falta dos outros que refletia nela.
Agora, alguém ainda extremamente doce, porém não mais tão devastada, não mais tão aflita pela falta de interesse alheia, pela falta de paixão, pela falta de tudo dos outros.
A “falta” alheia não mais refletia nela. Não. Não mais, mesmo!
Afinal, o mundo não pode ser “mudado” assim, desta forma. Num passe de mágica. Num estalo de dedos.
Definitivamente, tudo leva mais tempo do que ela jamais sonhou.
E ela percebeu isso, com a ajuda daquele filme infantil tão repetido em sua mente.
Agora, ela quer retomar sua vida, mas de outra forma.
Agora, ela quer retomar sua vida, suas baladas, seus cigarros, suas vodkas, porém de outra forma.
Ela quer ser feliz sem pressa, pois, agora, alguém já é feliz com ela e azulejos de veludo não podem se quebrar.
- Perdida em pensamentos? – uma voz grossa, rouca, interrompeu todo aquele devaneio, trazendo-a, rápido, de volta ao mundo real.
Por Deus, ele é lindo – ela pensou antes de dizer – Não. Claro que não. Estou apenas distraída.
- Você fica linda distraída, sabia? – ele disse, sorrindo da inegável canastrice - Desculpe, já te vi no Varsóvia? – ele perguntou.
- Não. Nunca.
- Nunca?
- Não. É a minha primeira vez aqui, acredita? Adorei.
- Que sorte a minha. Posso ser um ótimo guia – ele sugeriu.
- Veremos – ela completou – Veremos.
E, no fundo, quem não quer recomeçar alguma coisa em anos bissextos?
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O Clube Varsóvia!
Lá estava ela, uma vez mais, entrando no Clube Varsóvia.
Depois de todos estes anos. Depois de tanto tempo.
E para sua surpresa, as cores, as luzes, as pessoas, a fumaça, os bartenders, a pista, as cadeiras, o globo colorido, os cinzeiros setentistas, o veludo das paredes, enfim, tudo, mas todo o cenário dos seus loucos anos estava exatamente como sempre foi. Como sempre esteve.
Tudo no seu devido lugar. Tudo suspenso no tempo, no espaço, na vida.
Mas não exatamente.
Óbvio.
Óbvio que não.
Sempre é assim. As coisas mudam.
Tudo o que demora demais para ser revisitado, para ser relembrado, para ser retomado, muda.
E muda mesmo. Para valer.
De modo implacável, cruel e até mesmo rude.
Carrinho por trás com o jogador fora de jogo.
Fratura exposta e corte na carne alheia.
No player, no game.
No entanto, o curioso, no caso dela, é que o Clube Varsóvia estava REALMENTE igual. Exatamente como sempre foi.
Exatamente igual.
O que mudou, meus caros, o que realmente estava diferente, era ela.
Apenas ela.
Antes, uma garota doce e cheia de idéias, muito a fim de “mudar o mundo”, devastada pela falta de interesse alheia, pela falta de interesse dos outros, pela falta de paixão, de motivação, de tesão, enfim, pela falta de vida e toque e sentimento. Pela falta dos outros que refletia nela.
Agora, alguém ainda extremamente doce, porém não mais tão devastada, não mais tão aflita pela falta de interesse alheia, pela falta de paixão, pela falta de tudo dos outros.
A “falta” alheia não mais refletia nela. Não. Não mais, mesmo!
Afinal, o mundo não pode ser “mudado” assim, desta forma. Num passe de mágica. Num estalo de dedos.
Definitivamente, tudo leva mais tempo do que ela jamais sonhou.
E ela percebeu isso, com a ajuda daquele filme infantil tão repetido em sua mente.
Agora, ela quer retomar sua vida, mas de outra forma.
Agora, ela quer retomar sua vida, suas baladas, seus cigarros, suas vodkas, porém de outra forma.
Ela quer ser feliz sem pressa, pois, agora, alguém já é feliz com ela e azulejos de veludo não podem se quebrar.
- Perdida em pensamentos? – uma voz grossa, rouca, interrompeu todo aquele devaneio, trazendo-a, rápido, de volta ao mundo real.
Por Deus, ele é lindo – ela pensou antes de dizer – Não. Claro que não. Estou apenas distraída.
- Você fica linda distraída, sabia? – ele disse, sorrindo da inegável canastrice - Desculpe, já te vi no Varsóvia? – ele perguntou.
- Não. Nunca.
- Nunca?
- Não. É a minha primeira vez aqui, acredita? Adorei.
- Que sorte a minha. Posso ser um ótimo guia – ele sugeriu.
- Veremos – ela completou – Veremos.
E, no fundo, quem não quer recomeçar alguma coisa em anos bissextos?
Comentários
mas essas mesmas palavras não são capazes de expressar totalmente o que eu sinto...
gostei demais. mas n eh o bastante ainda.
fica em paz. bjo
[]`s
Camila