Pular para o conteúdo principal

ENGANO


- Engano? Como assim engano? – ele perguntou nervoso, áspero, com raiva. Muita raiva. Muita. Muita raiva. Muita paixão. Paixão. Debilitada. Moribunda.
Ela concordou com a cabeça e nada disse. Apenas tentou sorrir. Não conseguiu.
- É isso? – ele insistiu, tentou, procurou.
Sem efeito.
Sem nenhum efeito.
Ela?
Inerte.
- Foi um engano? – ele perguntou – É isso? – repetiu.
Ela assentiu com a cabeça ruiva.
Nada mais disse.
Ele também não.

Enganos?
Acontecem.
Dores?
Ainda mais.
E nada é o que já foi um dia.
Depende dos lábios.
Depende dos lábios...

AURÉLIO
ENGANO
1 - Ato ou efeito de enganar.

2 - Artifício empregado para enganar.
3 - Ilusão.
4 - Burla, logro.
5 - Traição.
6 - Erro de quem se engana.
7 - levar ao engano:  desflorar, desvirginar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,