Pular para o conteúdo principal
SEMPRE DESISTINDO

"Você pensa que eu sou um fraco, né? Um idiota, um babaca, um trouxa? Você pensa que eu não sou capaz de fazer nada, mas nada mesmo, porra nenhuma que possa ser útil ou de algum valor ou boa, enfim, que sirva para qualquer pessoa. Você pensa que eu sou um merdinha deprimido e presunçoso, que pensa que essa minha carinha triste pode evitar que a verdade da minha inutilidade exploda bem diante dos meus olhos. Você pensa que eu sou tudo isso, não? Você pensa, não pensa?

Então, minha querida, fique sabendo que, por mais que tudo isso seja verdade, ou melhor, por mais que tudo isso tenha uma pequena superfície de verdade, eu quero que você fique sabendo que eu não sou nada disso, eu não aceito nada disso, eu não quero para mim nada disso. Nenhuma dessas coisas ruins, nenhuma dessas coisas idiotas, nenhum desses rótulos infundados e errôneos e imbecis que você formulou de modo absolutamente homicida.

Fique sabendo apenas isso...NÃO PRECISO MAIS DE VOCÊ! Não mesmo!

Nunca mais...
"

E ele pousou a caneta de tinta preta no criado mudo, bem ao lado do porta-retrato colorido, com uma foto em preto e branco bem antiga deles (dias felizes), e leu e releu e leu ainda mais uma vez, todas aquelas palavras que havia acabado de escrever.

Não havia muita luz no quarto, exceto aquela provocada pelas pequenas velas flutuantes no aquário, devidamente acesas por ele junto com seu baseado.

Não havia muito amor no quarto. Apenas medo e frustração e covardia.

E ele chorou e rasgou em mil pedaços aquela carta imbecil, decidindo, de vez, quem estava com a razão...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

Quando Você Ama…

  leia e ouça: surf curse || freaks “...Don't kill me just help me run away From everyone I need a place to stay Where I can cover up my face Don't cry, I am just a freak I am just a freak I am just a freak I am just a freak…” (Surf Curse || Freaks) Quando você vive, você erra. Todos nós. Todos. Todos nós erramos, de um jeito ou de outro. Faz parte. Quem nunca errou? Quem nunca? Só quem não viveu. Quando você vive, você se expõe e acaba errando, cedo ou tarde. Mente quem diz que nunca errou, uma vez que certamente também errou em algum momento da vida e tenta negar isso. Eu? Se eu errei, omiti e menti? Sim. Certamente. Muito. Mais do que seria razoável, muito mais do que seria razoável. E só os Deuses sabem como foi difícil e errado e como me arrependo. Arrependimento? Muito. Arrependimento real e verdadeiro. Mas, a verdade é o mais importante. Sempre. E demorei a entender isso. Demorei MUITO. Muita porrada para entender isso. Muita porrada para entender isso. A transparência.

Ela, A Mulher da Minha Vida

leia e ouça: champagne supernova || vitamin string quartet tribute to Oasis Ah, se eu não tivesse me omitido. Ah, se eu não tivesse traído (ainda que sem querer, mas é sempre sem querer, né? Sempre. Sempre um erro ou vários. Muitos). Ah, se eu tivesse me tratado. Ah, se eu tivesse perguntado. Ah, se eu não tivesse me auto sabotado. Sempre. Ah, caso eu tivesse apenas existido de forma tão transparente. Ah. Eu não a teria perdido. Tantos ahs. Tantos. E sobra a tristeza, o chão, a queda, o ralo, as mentiras, as dívidas, enfim, sobra nada. Nada. E tudo de dor. Em excesso. Compulsão. Ah, se eu tivesse vivido. Ah, se eu tivesse sido simples. Otário. Eu. Muito prazer. Eu. Ah, se eu tivesse pedido ajuda. Ah, caso eu tivesse vergonha na cara. Ah, caso eu tivesse espelho em casa. Ah. Tantos ahs. Tantos. Mas, agora, eles não resolvem. Os ahs vieram tarde demais. E dói. Muito. Mas sigo. Seguirei. Triste, em lágrimas, chorando, tentando e vivendo. Do jeito que der. Do jeito que dá. Aprendendo. Apre