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OUVINDO O SOM DO MAR (AMORES POSSÍVEIS OU NÃO)

- Ouve – ela disse, tranqüila.
- O quê? - ela perguntou.
- O som, o barulho, essa sinfonia, essa música deliciosa – ela respondeu, sorrindo.
- Mas não há música alguma por aqui, querida. Estamos sozinhas nesta praia. Eu, você, o céu cinza, nossos medos e esse mar bravo.
- Então... o mar bravio. O som do mar. Apenas isso – ela retrucou, sem tirar os olhos do oceano – 7:15 da manhã. Você não acha essa a música mais deliciosa que poderíamos ouvir? A música mais romântica? – sorriu.
Ela olhou para ela com carinho e disse, calma e sorrindo – Você não desiste, não?
Ela retribuiu o olhar delicioso e respondeu – Não. Não desisto mesmo. Vou te amar para sempre. Quer você queira ou não. Quer você tenha medo ou não. Quer você rejeite isso ou não. Pode ter certeza.
E ficaram por lá, como duas estranhas, como duas amigas, apaixonadas, ouvindo o barulho do mar. Apenas ouvindo o barulho do mar.

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,