TÊNIS VELHOS E AMORES PERFEITOS EM ESQUINAS DE SOL
Manhã de sol. Muito sol. Lugar? Uma esquina. Bairro? Qualquer um. Cidade? Qualquer uma. Poderia ser com você, não? Não?
Não duvide, por favor. Apenas não duvide.
...
Assim que virou a esquina, ele suspirou aliviado. Ela estava lá. Parada. Parada e linda e maravilhosa e contundente e fabulosa. Ainda mais uma vez, ela parada naquele ponto de ônibus, aguardando o seu matinal meio de transporte.
Ele sorriu de leve e sem graça, como em todas as manhãs; ela meneou sem graça a cabeça, como em todas as manhãs; ele evitou olhá-la, como em todas as manhãs; ela percebeu o olhar disfarçado, como em todas as manhãs; ele a achou linda, como em todas as manhãs; ela se achou feia, como em todas as manhãs; o ônibus chegou, como em todas as manhãs; eles entraram nele, como em todas as manhãs; sentaram-se longe, como em todas as manhãs; desceram em pontos distintos, como em todas as malditas manhãs.
...
Outro dia...
Manhã de sol, muito sol. Assim que ele virou a esquina, ele suspirou nervoso e aliviado. Ela estava lá. Parada. Parada e linda e maravilhosa e contundente e fabulosa. Ainda mais uma vez, ela estava parada naquele ponto de ônibus, aguardando o seu matinal meio de transporte.
Todo ritual foi feito pelos dois, como em todos os dias, exceto por um detalhe. Um ENORME detalhe que poderia mudar tudo na vida dos dois: eles sentaram-se lado a lado. No mesmo banco.
- Oi – ele disse, tímido.
- Oi – ela respondeu, brincando com os cabelos.
Ele ficou meio bobo, sem saber o que dizer, até que soltou, trôpego – Coincidência, né? Todos os dias nos encontramos – puta que merda. Porque fui falar uma merda dessas – ele imediatamente pensou, já arrependido.
Ela sorriu, sabendo que ele havia falado besteira e tentou protegê-lo - Nem tudo pode ser atribuído à coincidência nesta vida, sabia? Nem tudo. Às vezes as situações, por mais absurdas que sejam, podem simplesmente ... acontecer. Por um motivo maior ou menor ou mesmo por nenhum motivo – ela sorriu, sabendo, óbvio, que TAMBÉM havia falado besteira.
Ele retribuiu o sorriso daquela garota. A mais linda que ele já havia visto. A mais linda de todas. A garota com um sorriso de arco-íris. A garota com um sorriso carrossel. A garota de cabelos curtos, roupas simples e tênis adoravelmente sujos.
- Sempre reparei no seu tênis, sabia? – ele disse, agora um pouco menos nervoso, mas ainda tremendo.
- Verdade? Ele é velho. Sem importância. Sem muita importância – ela respondeu.
- Mas são azuis. Combinam - ele defendeu.
Ela o encarou com surpresa - E daí? Você gosta de azul?
- Amo, claro, aliás, se todo azul fosse assim... – ele disse, sem completar.
- Como meu tênis? - ela tentou.
- Não. De forma alguma. Azul como seus olhos.
Ela o encarou, em silêncio.
Ele prosseguiu - Se todo azul fosse assim como o do tom dos seus olhos, a All Star não fabricaria nada em outras cores. Nada. Porra nenhuma. Tênis ou produto nenhum. E o mundo nem sentiria falta.
Ela sorriu, sem graça.
Ele também, mais muito mais por estar feliz do que sem graça, afinal ele, pela primeira vez na sua vida, estava certo de que não havia falado qualquer bobagem. Certo de que estava certo e muito certo de querer o seu amor. Apenas querer o seu amor.
Azul como todos os azuis. Azul como um All Star velho.
...
Manhã de sol. Muito sol. Lugar? Uma esquina. Bairro? Qualquer um. Cidade? Qualquer uma. Poderia ser com você, não? Não?
Não duvide meu amigo, não duvide ... apenas não duvide.
Só duvida quem não ama, porra!!!
Manhã de sol. Muito sol. Lugar? Uma esquina. Bairro? Qualquer um. Cidade? Qualquer uma. Poderia ser com você, não? Não?
Não duvide, por favor. Apenas não duvide.
...
Assim que virou a esquina, ele suspirou aliviado. Ela estava lá. Parada. Parada e linda e maravilhosa e contundente e fabulosa. Ainda mais uma vez, ela parada naquele ponto de ônibus, aguardando o seu matinal meio de transporte.
Ele sorriu de leve e sem graça, como em todas as manhãs; ela meneou sem graça a cabeça, como em todas as manhãs; ele evitou olhá-la, como em todas as manhãs; ela percebeu o olhar disfarçado, como em todas as manhãs; ele a achou linda, como em todas as manhãs; ela se achou feia, como em todas as manhãs; o ônibus chegou, como em todas as manhãs; eles entraram nele, como em todas as manhãs; sentaram-se longe, como em todas as manhãs; desceram em pontos distintos, como em todas as malditas manhãs.
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Outro dia...
Manhã de sol, muito sol. Assim que ele virou a esquina, ele suspirou nervoso e aliviado. Ela estava lá. Parada. Parada e linda e maravilhosa e contundente e fabulosa. Ainda mais uma vez, ela estava parada naquele ponto de ônibus, aguardando o seu matinal meio de transporte.
Todo ritual foi feito pelos dois, como em todos os dias, exceto por um detalhe. Um ENORME detalhe que poderia mudar tudo na vida dos dois: eles sentaram-se lado a lado. No mesmo banco.
- Oi – ele disse, tímido.
- Oi – ela respondeu, brincando com os cabelos.
Ele ficou meio bobo, sem saber o que dizer, até que soltou, trôpego – Coincidência, né? Todos os dias nos encontramos – puta que merda. Porque fui falar uma merda dessas – ele imediatamente pensou, já arrependido.
Ela sorriu, sabendo que ele havia falado besteira e tentou protegê-lo - Nem tudo pode ser atribuído à coincidência nesta vida, sabia? Nem tudo. Às vezes as situações, por mais absurdas que sejam, podem simplesmente ... acontecer. Por um motivo maior ou menor ou mesmo por nenhum motivo – ela sorriu, sabendo, óbvio, que TAMBÉM havia falado besteira.
Ele retribuiu o sorriso daquela garota. A mais linda que ele já havia visto. A mais linda de todas. A garota com um sorriso de arco-íris. A garota com um sorriso carrossel. A garota de cabelos curtos, roupas simples e tênis adoravelmente sujos.
- Sempre reparei no seu tênis, sabia? – ele disse, agora um pouco menos nervoso, mas ainda tremendo.
- Verdade? Ele é velho. Sem importância. Sem muita importância – ela respondeu.
- Mas são azuis. Combinam - ele defendeu.
Ela o encarou com surpresa - E daí? Você gosta de azul?
- Amo, claro, aliás, se todo azul fosse assim... – ele disse, sem completar.
- Como meu tênis? - ela tentou.
- Não. De forma alguma. Azul como seus olhos.
Ela o encarou, em silêncio.
Ele prosseguiu - Se todo azul fosse assim como o do tom dos seus olhos, a All Star não fabricaria nada em outras cores. Nada. Porra nenhuma. Tênis ou produto nenhum. E o mundo nem sentiria falta.
Ela sorriu, sem graça.
Ele também, mais muito mais por estar feliz do que sem graça, afinal ele, pela primeira vez na sua vida, estava certo de que não havia falado qualquer bobagem. Certo de que estava certo e muito certo de querer o seu amor. Apenas querer o seu amor.
Azul como todos os azuis. Azul como um All Star velho.
...
Manhã de sol. Muito sol. Lugar? Uma esquina. Bairro? Qualquer um. Cidade? Qualquer uma. Poderia ser com você, não? Não?
Não duvide meu amigo, não duvide ... apenas não duvide.
Só duvida quem não ama, porra!!!
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