Pular para o conteúdo principal
VERDADES À TARDE...

- Então tá - ele disse, nervoso
- Como assim? - ela respondeu
- Então tá, porra. Você já disse tudo o que tinha para dizer. Já disse o que queria dizer. Já disse todos os absurdos que queria. Só que eu cão concordo com essa merda toda. Eu não concordo com todas as besteiras e com todas as merdas e com todo o ressentimento que você me disse, que você me jogou na cara.
- Tem medo da verdade? - ela arriscou, sarcástica
Ele a olhou com ódio. Um ódio jamais antes visto - Não. Não tenho medo da verdade. Tenho medo de você.

Ela a encarou fria e distante, como se não fosse a mesma pessoa que há dois anos estava com ele, e disse, aflita - Você deve ter medo de você querido. Apenas de você. Não do nosso amor, que já foi pro saco, e nem de mim, que nada te fiz além de te falar umas merdas de verdades. Isso dói seu babaca. Em nós dois, caralho. Mas você tem que escutar. Tem que escutar. Uma vez na vida que seja.

- Eu acho que vou fazer uma tatuagem - ele disse, evitando chorar.
- Então é isso, viramos amigos? - ela perguntou.
- Claro que não. Eu te odeio - ele disse, sério.
- E eu te amo - ela respondeu, pegando o resto do baseado que ele segurava, a sua bolsa em cima da cama, não sem antes dizer - E eu apenas te amo. mas vou deixar de amá-lo. Pode apostar...pode apostar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

Brindando Palavras Repetidas

  leia e ouça: richard hawley || coles corner - Você é repetitivo. Ele a olhou com uma surpresa muda,  - Você é muito repetitivo - ela disse, certeira, sabendo que o havia atingido em seu ponto mais fraco, mais vulnerável, mais dolorido. Não sorriu. Ele a olhou com certa surpresa sabendo que, no fundo, ela estava certa - Como assim? - perguntou, querendo ter certeza. - Repetitivo. Repetitivo. Você usa as palavras de forma inconsequente e repete sempre as mesmas coisas. Faz isso o tempo todo. - Faço? - ele disfarçou. Ela então sorriu levemente - Claro que faz. Mas o que me deixa ainda mais fascinada é esta sua cara de pau. Você sabe que é assim, desse modo, desse jeito e ainda assim continua nesta direção. Ele fingiu indignação, mas por puro orgulho. Ela estava absolutamente certa. Ele tomou um gole do que estava bebendo e ficou quieto, esperando a próxima porrada. - Não? Você não sabe disso? - ela insistiu. - Talvez - admitiu, sem admitir. - Então, por que você não tenta mudar? - Você

PASSE-ME O SAL PARA EU BOTAR NA SOBREMESA?

- Não há nada a desculpar – ele disse pouco tranquilo, muito mentiroso, entre os copos de vodka, as mesas e o barulho do Clube Varsóvia, tentando desviar do olhar adorável, inesquecível e maravilhoso daquela garota à sua frente. Ele a amava. Ela o olhou com ternura e amizade e fez um carinho breve e gentil no seu cabelo. Por instantes, breves instantes, ela lembrou de todo o afeto e paixão que sentiu por ele no passado. Todo o carinho, o afeto e o amor que sentiu por ele em um passado não tão distante. Como foram felizes. - Fica tranquila – ele disse e continuou - Nada a desculpar mesmo. Tudo em ordem do meu lado – ele prosseguiu – Você gosta de MPB mesmo. Eu detesto – completou, com um sorriso. - Você mente mal. Muito mal mesmo sabia? Quase um canastrão – ela brincou e continuou – Esqueceu que te conheço há um tempinho? - Muito tempo? – ele perguntou, tentando disfarçar, enquanto acendia um Marlboro – Dentre as mentiras da vida, duas nos revelam mais – recitou, citando a antiga c