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APENAS UM TOLO


- Você me ama? – ela perguntou.

Ele desviou o olhar. Não quis responder. Preferiu ficar mudo.

- Ama? – ela insistiu, muito brava, muito grossa.

Ele estava suando, suando e suando.

Um caleidoscópio de emoções confusas.

Confusas e tontas.

Nervoso, nervoso e nervoso.

Suado, confuso, atrapalhado e idiota.

- Não vai ou não quer me responder? – ela quase gritou.

Ele permaneceu em silêncio. Nada disse.

Inerte e burro.

- Imbecil – ela disse, furiosa.

- Não sei – ele murmurou, quase como um gemido.

- O quê? – ela perguntou – Eu escutei direito? – ela prosseguiu.

Ele acenou com a cabeça.

Ela começou a chorar como uma tola, praguejando contra ele.

Ele?

Também.

Choro, lágrimas e lua cheia.

Dois jovens, duas crianças.

Amor?

Unilateral.

Apenas unilateral.

Apenas amor.

Pobre tolo suado de nervoso.

Apenas um tolo...


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,