- Quem é esta vagabunda, Edu? – perguntou aos gritos Malu segurando o celular dele como se fosse uma foice.
Ele a olhou com surpresa e respondeu – Vagabunda? Você está louca? – respondeu de forma defensiva, acuada, temerária.
- Quem é esta vagabunda? Com quem você fala, conversa, explica, se abre. Quem é esta puta Edu?
Ele engoliu em falso e nada disse.
- Não vai falar nada seu filho de uma puta. Quem é a vaca que você está comendo?
Ele a olhou com uma certa dose de compreensão e uma grande dose de desdém e respondeu – Pára Malu. Você está ficando louca. Uma amiga. Uma amiga. Apenas uma amiga Posso ter uma amiga? Porra – gritou.
- Vai se foder Cadu. Você não tem amigas. Você tem vagabundas. Seu filho da puta. Quem é ela? É minha amiga? Eu conheço? Eu que te apresentei? É um codinome? – surtou Malu.
- Para. Fica tranquila – tentou apaziguar Cadu.
- Vai se foder. Você e todas as suas vagabundas – Malu gritou e arremessou o celular dele como nas melhores jogadas de futebol americano ou rugby. Como se fosse uma All Black.
O celular espatifou na parede.
Uma cena de cinema.
Tela destroçada e as palavras também.
Malu chorou.
Cadu também.
Vagabunda?
Nenhuma, claro. Apenas uma amiga.
Ciúme? Muito claro.
Como sempre e todo dia.
E a tela ficou despedaçada.
E as palavras?
Caídas no chão.
Caídas no chão
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