Ele a olhou com carinho, afeto e atenção.
Muito carinho, muito afeto e muita atenção.
Muito tudo.
Muito tudo.
Muita paixão.
Coração ao alto.
Explodindo.
Mil vezes por segundo.
Mil vezes tudo.
E ela apenas acendeu um cigarro e sentou-se no chão da sala, sobre os seus tapetes coloridos.
Lindos tapetes coloridos.
Ela estava pronta.
Pronta a ouvir a chuva que começou a desabar na cidade e esmurrar as janelas do seu apartamento.
Muita chuva.
Esmurrar sem dó nem piedade.
Luzes ainda acesas.
Ela apenas o olhou.
Ainda mais uma vez.
Com carinho, afeto e atenção.
Com muito carinho, muito afeto e muita atenção.
Ele a achava linda, por Deus.
Linda demais....
Ela apenas tragou o seu cigarro lenta e profundamente e levantou-se, apenas com sua camiseta velha do Elvis e foi à cozinha pegar um copo de conhaque.
- Quer? – ofereceu displicente ao que ele prontamente negou.
Ela prosseguiu com seu sotaque forte - Conhaque, cigarro, chuva e inverno combinam demais – ela disse, cínica.
Ele apenas sorriu.
- E você apenas com uma camiseta do Elvis completa a beleza do quadro – ele completou.
Ela sorriu.
- Te amo – ela disse – tímida.
Ele sorriu e apenas disse – Eu também. Muito.
E a chuva?
Continuou a cair desvairada durante toda a noite.
A camiseta do Elvis?
Ficou em um canto qualquer... ficou esquecida em um canto qualquer ao lado de um velho copo de conhaque e bitucas de cigarro...
Canto qualquer...
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