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ACORDES


E era ele e sua guitarra verde velha.
Apenas os dois: Ele e os seus acordes - além de um sofá horroso, um apartamento velho e um copo de gim.
Sem gelo.
Sem ar condionado.
Sem suor.
Sem nada.
Nada mais.
Nada mais.
Apenas acordes mal tocados.
E eles rolavam noite afora.
Descontrolados.
Deliciosos.
Acordes.
Apenas acordes.
Misturados ao barulho da chuva.
Misturados ao som do salto alto da vizinha de cima.
Delícia de saltos e unhas vermelhas pintadas.
Acordes misturados aos sons da noite.
Ao som das unhas da sua vizinha.
Ao som dos seus dedos.
Acordes.
Apenas acordes.
Dedos delicados e sensíveis.
Acordes misturados aos deliciosos barulhos da madrugada.
Sons deliciosos.
Os barulhos da sua vida.
Medíocre, porém adorável vida.
Nada mais que isso.
E pode haver mais?
Pode?
E você me diz aonde ir.
Aonde ir...

“One sign said north one sign said east so I went south…”





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