Pular para o conteúdo principal

Nunca republiquei


Nunca republiquei

mas hj não deu.

Republico.

Muito oportuno.

Muito...



CARNAVAL, REVEILLON E MPB

Ela gostava de MPB.
Ele não.
Ela acreditava no além.
Ele não acreditava em nada além dele.
Ela gostava de tudo, menos de Elis Regina.
Ele gostava de tudo, mais de Ramones.
Ele a amava.
Ela também.
Ele não sabia nada.
Ela o ensinou.
Ele aprendeu.
Eram duas figuras totalmente diferentes uma da outra, porém muito iguais.
Esquisito não?
O destino existe? Será?
- Você me ama? – ele perguntou inseguro demais apesar da sua idade, segurando-a pelos seus ombros largos e deliciosos com paixão e muito tesão. Com muita paixão e muito tesão. Amava (ela e os seus ombros desnudos).
Ela sorriu. Muito mais nova que ele, muito mais nova que ele, porém muito mais madura, com certeza – Claro. Claro que amo, seu bobo.
Ele chorou.
Ela sorriu. Sorriu e secou as suas lágrimas.
- Não chora – ela pediu – Por favor.
- Não consigo – ele respondeu.
- Não? – ela insistiu dando-lhe um beijo carinhoso e delicado em seu rosto – O amor existe, seu bobo. Basta acreditar.
Ele secou as suas lágrimas e com a voz tonta e embargada apenas respondeu - Eu sei. Eu sei que existe. Demorei, para perceber isto não?
Ela sorriu seu sorriso mais lindo – Nunca é tarde. Bobo. Ao menos você percebeu. Antes tarde do que nunca. É bom aprender a ser feliz.
- Te amo – ele disse.
- Eu também – ela respondeu com um sorriso.
Ela gostava de MPB.
Ele não.
Ela acreditava no além.
Ele não acreditava em nada além dele.
Ela gostava de tudo, menos de Elis Regina.
Ele gostava de tudo, mais de Ramones.
Ele a amava.
Ela também.
Ele não sabia nada.
Ela o ensinou.
Ele aprendeu.
Esquisito não? Como destino pode ser tão brincalhão assim? Como?


Comentários

Cristina disse…
Olha, nunca comentei.
Acompanho este blog desde meados de 2004 se eu não me engano,nem sei,eu ainda era uma moça solteira, meu quarto,meus ursinhos,meu pc velho e a conexão de modem que o telefone fixo fica ocupado quando entra na internet...Meus sonhos, namorado,desilusões,ânsia de viver,enfim.
Aí casei, tive filho, vida corrida,tantos anos se passaram... Mas não há uma semana sequer que eu não venha aqui matar saudade de seus posts.
É magnífico, amo esta leitura.
Suas palavras, suas histórias me envolvem, me fazem viajar.

Tão feliz por este blog suportar tantos anos.

Beijos.

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios. ...

Going Down

leia e ouça: lou reed || going down “... Time's not what it seems. It just seems longer, when you're lonely in this world. Everything, it seems, Would be brighter if your nights were spent with some girl Yeah, you're falling all around. Yeah, you're crashing upside down. Oh, oh, and you know you're going down For the last time …” Lou Reed || Going Down E o sonho avançava. Apenas avançava. A noite tinha apenas começado. … - Ei mocinha. Mocinha? Me ouve? Ela chacoalhou os cabelos castanhos desgrenhados, um monte de nós sem sentido, apenas ela, virou o rosto confuso e encarou aquele sujeito grande, intimidador, com cara de bravo e que estava imóvel à sua frente, um verdadeiro brusco naquele cenário. - Então, me ouve? Está me ouvindo? - aquele grandalhão insistiu - Me ouve, porra? - disse, de modo grosseiro. Ela olhou com um tanto de medo e sem saber exatamente o que fazer, o que dizer, o que mexer, o que responder, nada disse. Apenas, nada disse. - Você entende? É surd...

Quando Você Ama…

  leia e ouça: surf curse || freaks “...Don't kill me just help me run away From everyone I need a place to stay Where I can cover up my face Don't cry, I am just a freak I am just a freak I am just a freak I am just a freak…” (Surf Curse || Freaks) Quando você vive, você erra. Todos nós. Todos. Todos nós erramos, de um jeito ou de outro. Faz parte. Quem nunca errou? Quem nunca? Só quem não viveu. Quando você vive, você se expõe e acaba errando, cedo ou tarde. Mente quem diz que nunca errou, uma vez que certamente também errou em algum momento da vida e tenta negar isso. Eu? Se eu errei, omiti e menti? Sim. Certamente. Muito. Mais do que seria razoável, muito mais do que seria razoável. E só os Deuses sabem como foi difícil e errado e como me arrependo. Arrependimento? Muito. Arrependimento real e verdadeiro. Mas, a verdade é o mais importante. Sempre. E demorei a entender isso. Demorei MUITO. Muita porrada para entender isso. Muita porrada para entender isso. A transparência. ...
DISCOS DE VINIL NÃO SALVAM VIDAS? - Discos de vinil não salvam vidas - Bia sentenciou, profana e canalha Nanda abriu os olhos em choque - Não? Como não? - Não, porra. Definitivamente, discos de vinil ou fitas cassete ou ipods ou seja lá o diabo, não salvam vidas. Não. - Você enlouqueceu? - disse Nanda. Bia sorriu um sorriso sinistro, triste, inadequado à felicidade. Adequado ao seu momento. - Claro que salvam. Se você não desistir de se matar ao ouvir Marvin Gaye e Tammi Terrell juntos e cantando apaixonadamente, então não sei o que mais pode te ajudar. - Nhá. Isso é para você, ingênua e esperançosa. - Se eu me fodesse, não me afogaria em etanol barato. Me afogaria em lágrimas ao som de um bom soul dos 60s. Estaria salva. - Que patético. - Você precisa de um choque de realidade. Um choque de vida. Você precisa de cores. = Vai começar. Já te disse para parar - pediu Bia. - Parar nada. Você precisa mesmo. De vida, porra. - Pára de encher. Você está me irritando - disse Bia. - Eu preciso ...

FIREWORKS

- Ai, que merda! - ela gritou, visivelmente irritada. - Tá louca? - ele respondeu, surpreso com o tom de voz dela. - Odeio esta música. DJ idiota - ela emendou - O Clube Varsóvia já foi melhor. Imbecil de escolher isto para o ano novo. - Você é louca? - ele perguntou, sério. - Não, porra, sou louca não. - Mas parece. Caralho. Há quanto tempo você vem no Varsóvia e NUNCA disse isso. O que há? Algum problema? - ele perguntou. Ela balançou a cabeça e seus olhos ficaram cheios de água - Nada - ela disse e confirmou - Nada. Não aconteceu porra nenhuma. - Como assim, nada? - ele questionou - Desde quando você fica transtornada assim? Por tão pouca coisa? Desde quando uma canção escolhida por um DJ idiota te tira do sério? - Nada, puta que o pariu. Nada. Pode ser? - ela disse, bastante brava. - Qual seu problema Lisa? Posso saber? Ela apenas abaixou a cabeça. - Me diz - ele insistiu. Ela ficou em silêncio por alguns instantes e emendou - Hoje é primeiro de Janeiro. Ele a olho...