- Você não entendeu porra nenhuma do que eu disse,
não é?– ele perguntou e gritou descontrolado.
Ela sorriu de forma irônica e respondeu – Não? Vá
se foder seu otário. Você é um imbecil. Um imbecil completo. Eu entendi bem a porra toda. Eu entendi tudo.
Vai com ela, filho da puta. Vai com ela para a porra da festa.
Ele olhou para o alto e nada disse.
Apenas suspirou.
Suspirou forte.
- O que foi? – ela perguntou - Deixou de ser o bonzão,
o cara legal, o super amigo daquela vaca? – disse de forma amarga.
- Você não entendeu merda nenhuma do que eu disse –
ele repetiu menos descontrolado – Ela apenas quer minha companhia. Apenas minha
companhia. Nada a ver, além disso.
Ela chorou.
Ele não.
- Olha, faça o que você quiser – ela disse - O que
quiser. Mas me deixe em paz. Pode ser? – perguntou com os olhos vermelhos,
aflitos, desesperados.
Ele quase chorou.
Quase.
- Eu recordo uma canção antiga – ela disse. Dizia
assim: “A noite é princesa, caída por mim,
no lado do peito secreta solidão... Eu lembro lugares...”
- Lugares? - ela completou – quero que você suma. Suma.
De verdade. Some da minha vida. Some...
Ele abaixou a cabeça.
Ela nada disse.
- Posso...? – ele tentou.
- Vá se foder e cai fora – ela respondeu. Mais rápida
que ele. Muito mais ligeira.
E do nada se fez o mesmo.
Erros de um. Erros do outro.
Erros.
E um frágil amor.
Um frágil amor...
Muito...
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