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DETESTANDO SÁBADOS, DOMINGOS, SEGUNDAS, TERÇAS...

POR FAVOR, USE OS HEADPHONES
(TORI AMOS – I DON´T LIKE MONDAYS)


Ele estava sem muito saco naquela noite de sábado, mas, ainda assim, graças à insistência deles, resolveu sair com os seus amigos para beber, dançar, conversar, fumar, enfim, viver uma típica noite de sábado como faz todo ser humano que está...vivo. E, ainda que não fosse esse exatamente o seu caso, lá foi ele, mais uma vez, ao Clube Varsóvia, para sentar e fumar um Marlboro atrás do outro, enquanto os seus amigos dançavam e se embriagavam.

E enquanto a música preenchia o ambiente de modo devastador e o álcool começava a cumprir o seu papel de desinibidor supremo, ele fez exatamente como a sua mente solitária havia, cruel e repetidamente, planejado antes da chegada dos seus amigos. Ficou prostrado em uma cadeira nada confortável do Varsóvia, ouvindo o som e apenas olhando a diversão, como se ela não lhe fosse jamais permitida.

Mas o acaso conspira.

Entre um cigarro e outro, ele percebeu uma garota dançando numa mesa próxima à qual ele estava sentado. Uma garota linda. Linda de verdade. Com longos cabelos castanhos e, Deus, como ele adorava longos cabelos castanhos. De imediato ficou encantado com a garota. Ela dançava freneticamente com movimentos adoravelmente desajeitados e doces. Não dançava muito bem, mas isso pouco importava, já que certamente dançava com vontade, com um estranho e suave sorriso estampado no rosto, que a deixava absolutamente sedutora e o deixava absolutamente hipnotizado. Curvado. Apaixonado.

Não demorou, a linda garota de longos cabelos castanhos percebeu aquele olhar intruso e repetido. E assim que o fez, sorriu para ele, desajeitada.

Mas sempre o medo se repete.

Ele retribuiu o sorriso, tímido, e ficou pensando se deveria ou não conversar com aquela linda garota. Quando finalmente se decidiu ele percebeu que ela estava acompanhada. Ficou feliz por ter decidido ir embora, sem trocar uma só palavra com a linda garota de cabelos castanhos.

Assim que se levantou olhou ainda mais uma vez para ela que, doce, devolveu o olhar carinhoso, como se retribuísse todo o desejo exibido em seu olhar.

E as noites acabam sempre iguais.

Ele partiu do Varsóvia sem se despedir de ninguém. Assim que entrou no táxi, pediu ao motorista que ligasse o rádio e tentou, de toda a forma, esconder a vontade que tinha de rir de sua própria idiotice, de rir da sua própria estupidez, de rir do seu próprio medo, enfim, de chorar, da sua própria realidade.

Era uma noite de sábado...mas para ele, era sempre segunda de manhã...uma fria e solitária manhã de segunda...



I Don´t Like Mondays
(Boomtown Rats, versão Tori Amos)


The silicon chip inside her head
gets switched to overload
and nobody's gonna go to school today
she's gonna make them stay at home
And Daddy doesn't understand it
He always said she was good as gold
And he can see no reason
Cos there are no reasons
What reasons do you need to be shown

Tell me why
I don't like Mondays
I want to shoot
The whole day down

The telex machine is kept so clean
and it types to waiting world.
And Mother feels so shocked
Father's world is rocked
And their thoughts turn to
Their own little girl
Sweet 16 ain't that peachy keen
No it ain't so neat to admit defeat,
They can see no reasons
Cos there are no reasons
What reasons do you need to be shown

All the playing's stopped in the playground now
She wants to play with her toys awhile
And school's out early and soon we'll be learning
That the lesson today is how to die
And then the bullhorn crackles
And the captain tackles
With the problems and the how's and why's
And he can see no reasons
Cos there are no reasons
What reasons do you need to die

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NUCA

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APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,