Pular para o conteúdo principal

E ELE?


Ela era apenas batimentos cardíacos, suor frio, tremores e cigarros.
Um atrás do outro.
Um atrás do outro.
O balcão daquele bar escondido no centro da cidade era pequeno demais para tanta ansiedade.
Pequeno demais.
O azul e branco dos azulejos nas paredes prevalecia demais.
Assim como o quadriculado do piso.
Demais.
O tanto que ela amava era insano e bizarro, ainda mais que demais.
Sinistro.
O contrário de destro.
E quem não sabe disto?
Apenas os tolos que amam.
Apenas os tolos que amam demais.
Mas quem nunca amou demais?
Quem?
Quem nunca bebeu demais ou fumou demais?
Ou cometeu erros demais.
Muitos erros.
Demais.
Ela era apenas batimentos cardíacos acelerados, suor frio e tenso, tremores nada leves, cigarros e vodka barata.
Um atrás do outro.
Uma dose atrás da outra.
Em sequência.
O balcão daquele bar escondido no centro da cidade era pequeno demais para tanta ansiedade.
Pequeno demais.
O azul e branco dos azulejos nas paredes prevalecia demais.
Assim como o quadriculado do piso.
Demais.
O tanto que ela amava era insano e bizarro, ainda mais que demais.
Sinistro.
O contrário de destro.
E quem não sabe disto?
Apenas os tolos que amam.
Apenas os tolos que amam demais.
E o brilho das paredes e do piso contrastava com o borrão no seu lindo rosto deixado pelas lágrimas que não paravam de querer escorrer.
Sem parar de escorrer.
Borrões.
Borrões de amor.
- Quer algo mais? - perguntou o balconista do vagabundo bar.
Ele meneou a cabeça em sinal negativo.
- Olha... – o balconista insistiu – ... não precisa chorar. Depois tudo fica bem. Até o nascer do sol tudo fica bem – e foi para o fundo do salão.
Ela deu mais um trago e mais uma tragada.
Chorou.
Soluçou.
Quatro e meia da manhã.
Ele?
E ele?
Ele não veio.
Óbvio.
Ainda mais uma vez.
E ela sabia que jamais ele viria novamente.
Jamais o veria novamente.
Jamais.
O que restou?
Apenas batimentos cardíacos acelerados, suor frio e tenso, tremores nada leves, cigarros e vodka barata, bem barata.
E a tranquilidade de quem foi esquecida.
Para sempre.
Para sempre...


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
DETESTANDO SÁBADOS, DOMINGOS, SEGUNDAS, TERÇAS... POR FAVOR, USE OS HEADPHONES (TORI AMOS – I DON´T LIKE MONDAYS) Ele estava sem muito saco naquela noite de sábado, mas, ainda assim, graças à insistência deles, resolveu sair com os seus amigos para beber, dançar, conversar, fumar, enfim, viver uma típica noite de sábado como faz todo ser humano que está...vivo. E, ainda que não fosse esse exatamente o seu caso, lá foi ele, mais uma vez, ao Clube Varsóvia, para sentar e fumar um Marlboro atrás do outro, enquanto os seus amigos dançavam e se embriagavam. E enquanto a música preenchia o ambiente de modo devastador e o álcool começava a cumprir o seu papel de desinibidor supremo, ele fez exatamente como a sua mente solitária havia, cruel e repetidamente, planejado antes da chegada dos seus amigos. Ficou prostrado em uma cadeira nada confortável do Varsóvia, ouvindo o som e apenas olhando a diversão, como se ela não lhe fosse jamais permitida. Mas o acaso conspira. Entre

Brindando Palavras Repetidas

  leia e ouça: richard hawley || coles corner - Você é repetitivo. Ele a olhou com uma surpresa muda,  - Você é muito repetitivo - ela disse, certeira, sabendo que o havia atingido em seu ponto mais fraco, mais vulnerável, mais dolorido. Não sorriu. Ele a olhou com certa surpresa sabendo que, no fundo, ela estava certa - Como assim? - perguntou, querendo ter certeza. - Repetitivo. Repetitivo. Você usa as palavras de forma inconsequente e repete sempre as mesmas coisas. Faz isso o tempo todo. - Faço? - ele disfarçou. Ela então sorriu levemente - Claro que faz. Mas o que me deixa ainda mais fascinada é esta sua cara de pau. Você sabe que é assim, desse modo, desse jeito e ainda assim continua nesta direção. Ele fingiu indignação, mas por puro orgulho. Ela estava absolutamente certa. Ele tomou um gole do que estava bebendo e ficou quieto, esperando a próxima porrada. - Não? Você não sabe disso? - ela insistiu. - Talvez - admitiu, sem admitir. - Então, por que você não tenta mudar? - Você