Atirei
para a Lua e acertei um astronauta.
Coitado.
Pobre
coitado.
Pobre
bailarino sem gravidade.
Coitado.
Atirei
para a Lua e o coitado estava lá.
Sozinho.
E
ela?
Também.
Com
sua bossa nova velha, seus discos antigos e seu cheiro de vinil e vodka e
nicotina.
Sozinha.
Apenas
sozinha.
Tiros
para a Lua não resolvem.
Chorar
também não.
Também
não.
Atirei
para a Lua e errei.
Acertei
um astronauta ou um cosmonauta, como queiram.
Mas
errei.
Errei.
Acertei
aonde não devia.
Pobre
homen.
Pobre
bailarino da zona sem gravidade.
Coitado.
E o
coração dele?
Igual
ao meu.
Igual
ao seu.
Igual
ao de quem espera recados na secretária eletrônica e nada ouve.
Nada.
Nunca.
Nunca
mesmo.
Apenas
o silêncio.
O
vazio que se espera da linda e amarela Lua.
Linda
e amarela Lua.
Linda.
Amarela.
A
Lua...
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