“pele
substantivo
feminino ( 953)
1
camada externa que limita o corpo de um animal, esp. quando forma uma cobertura
macia e flexível
1.1
anat
órgão que envolve o corpo dos vertebrados (incluindo o homem), composto de três
camadas (epiderme, derme e tela subcutânea ou hipoderme), com função esp.
protetora, termorreguladora e captadora de estímulos dolorosos e táteis
...”
(DICIONÁRIO HOUAISS)
...
Pele? Sim, a pele. Objeto de desejo. Desejo do toque. Doce
desejo. Doce prazer. Toque com desejo. Toque com prazer. Com muito prazer.
Muito mais do que descreve e ensina o dicionário, muito mais do que descreve e
ensina a letra fria impressa no dicionário, pele é cheiro, pele é perfume, pele
é suave, pele é lisa, pele é doce, pele é a antena do coração para o prazer ou
a dor. Para o prazer ou a dor, mais prazer, de preferência. Muito prazer. O
coração agradece e bate feliz. A pele, como ensinou Houaiss, é o órgão captador
de estímulos dolorosos e táteis. E o início tátil de uma tempestade é o
primeiro toque na pele, em uma noite de verão e amor, entre um casal
apaixonado. Estímulo aos sentidos de forma avassaladora. Avassaladora. Então,
inevitável, após tal toque, a avalanche devastadora começa e ninguém imagina
como acabará. Os corpos fervem em febre, os corações batem velozes, as pernas
bambeiam, os joelhos dobram, os sexos umedecem, os sexos endurecem, os lábios
tremem, as mãos balançam, os olhos brilham, as lágrimas aparecem, o suor surge,
o amor se materializa, o sangue pulsa. Pulsa intesamente. Erupção pura.
Delírio. O amor se transforma em um soneto de suor, gozo, viagem e transe. Puro
transe. Chill out. Pele. Uma aquarela de tons e desenhos, um caleidoscópio
extremanente colorido. A pele pode ser clara, pode ser escura, pode ser
amarela, pode ser vermelha, pode ser albina, como Hermeto, pode ser tatuada,
pode ter pêlos, fios finos, pode não ter nenhum dos dois, pode ser de todas as
cores e todas as texturas, com todos os desenhos ou não, porém sempre, mas
sempre, sensível ao toque mais leve do amor sincero. Sempre. Sensível ao toque
mais leve e sincero de amor. Pele. Vibrante como as cordas de um piano ao serem
provocadas, por finos dedos pianistas, a tocar modinhas românticas e
apaixonadas, ou, da mesma forma, excitante como as cordas de uma guitarra
desgastada ao serem estimuladas, por dedos grossos guitarristas, a tocar o som
e a fúria adorável e deliciosa de The Clash. Pele. Aroma de jasmim, aroma de
hortelã, aroma de cetim, aroma de seda, aroma de renda, aroma impregnado do
gozo pelo toque suave no clitóris, aroma ensandecido do gozo pelo toque suave
na cabeça do pau, aroma de paixão, tesão, respeito e amor. Pele. Arrepia ao som
de canções, esfria sob a chuva, estremece ao toque, vibra com o olhar e molha.
Molha no quarto, molha na cama e molha debaixo da água. O coração bate mais
forte a partir da pele. Pele. Mais que uma capa protetora, uma manta
acolhedora, o recanto mais sagrado que temos e que apenas os escolhidos pelo
nosso coração podem e devem explorar na sua totalidade, até ela derreter. Até
ela apaixonadamente derreter. Apenas os benditos sortudos escolhidos podem
fazê-lo. Apenas eles...
“show me show me show me, how you do that trick...”.
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